sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

FLORESTA EM PÉ GERA TRABALHO E RENDA PARA COMUNIDADE NO INTERIOR DE SÃO PAULO



Por Adriano Avila - avila.adriano@gmail.com

Senhoras de 54 anos escalam árvores de até 40 metros para coletar sementes que vendidas ajudam no sustento da família. Mais 29 pessoas fazem o mesmo a prática é uma opção de renda pra moradores de área rural que vive próximo das matas. “Já vi macaco cair de árvore, mas eu não caio!” Assim diz: Dona Maximina com as mãos cheias de sementes,e debruçada tranquilamente sobre um galho, na copa de um pé de "falso barbatimão” nome cientifico: (Cácia leptófila). Maximina Aparecida de Queiroz com 54 anos escala árvores de até 40 metros de altura em busca de sementes de espécies nativas que vendidas, ajudam no sustento da família. Não é fácil, segundo ela, “colher sementes não é pra quem pensa no dinheiro, é pra quem faz de coração. O jovem não quer entrar na mata, é preciso gostar, conhecer a planta, aprender a identificar e a trabalhar com a semente.” Dona Maximina e sua companheira de trabalho, Claudete, caminham de cinco a dez quilômetros para encontrar determinadas espécies.
Na maioria das árvores as sementes se encontram nas copas, então é preciso escalar, em até oito metros elas não usam equipamentos, acima disso, sobem com o auxílio de uma corda e equipamentos de escalada. Muitas árvores estão cobertas de espinhos e isso dificulta muito, principalmente o manuseio do podão, uma ferramenta que corta a ponta do galho, onde geralmente encontram-se as sementes. “não podemos colher tudo o que a árvore produz, temos que deixar a maior parte, a semente precisa cumprir o seu papel: se perpetuar e alimentar os bichos”.
E finalmente a etapa de beneficiamento, nome usado no processo, entre colher e deixar em ponto de germinação. Cada espécie de semente recebe um determinado tratamento até chegar ao viveiro. Lavagem, secagem, no sol, na sombra, descascar, limpar, armazenar, embalar, etc.
Das árvores da Mata Atlântica na região da bacia do Alto Paranapanema entre as cidades de Capão Bonito, Ribeirão Grande e Guapiara no interior paulista, trinta e dois coletores garantem uma boa parte da renda familiar. A prática é uma opção aos moradores de áreas rurais, próximos às matas, e lucram em torno de um salário mínimo por mês, dependendo da dedicação, podem faturar muito mais. A idéia nasceu há cinco, Seu Zé Ferreira prestava serviços à Bio Flora, empresa de reflorestamento, ajudava no plantio de mudas para recuperação de uma área de compensação ambiental da Cimento Ribeirão em Ribeirão Grande. Curioso, Seu Zé questionou a origem das sementes, procurou o Engenheiro Florestal e a Associação Ecoar Florestal, que forneceu as mudas nativas, e demonstrando conhecimento no assunto, ofereceu algumas sementes e a sugestão foi aprovada.
A Associação ECOAR Florestal, organização não governamental atua a 13 anos em conservação florestal e em projetos sócio-ambientais, visando a geração de renda para o proprietário rural. Com apoio da Votorantim Celulose e Papel, trabalha junto com o grupo para a sustentabilidade da Rede Comunitária de sementes nativas. E também ajudam no preparo e na estrutura dos coletores, com cursos de capacitação, uso do GPS, beneficiamento e escalada. Hélio Porangaba, um dos técnicos da ONG afirma que mais de 180 espécies são coletadas durante o ano, e comercializadas com a finalidade de reflorestamento. Há aproximadamente cinqüenta clientes cadastrados, dentre eles, a SOS Mata Atlântica, a VCP Papel e Celulose, Iandebo e a própria ECOAR com seu viveiro de mudas. No geral são ONGs, mineradoras ou grandes agricultores, empresas que buscam uma forma de adequação ambiental. As sementes são usadas na recuperação de áreas degradadas e restauração florestal.
Novas comunidades interessadas em participar do projeto procuraram a ECOAR, Hélio lamenta não ter apoio empresarial, sendo uma oportunidade de responsabilidade sócio-ambiental preparar novos grupos de coletores. O investimento com os cursos, ferramentas e principalmente os equipamentos de escalada é muito alto.
Uma possível parceria com a IPEF, Instituto de Pesquisas de Estudos Florestais, que trabalha com pesquisas florestais, planejamento, comercialização de mudas e sementes, promete amenizar alguns desses problemas, a ONG dispõe-se de logística e de tecnologias de beneficiamento. Espera-se o aumento de clientes e conseqüentemente, o crescimento da rede de coletores, dando oportunidade às comunidades vizinhas que tenham interesse e vocação.


FONTE: http://www.portaldomeioambiente.org.br
Matéria postada em 12/12/2009

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

MENSAGEM DE FIM DE ANO



Prezados amigos, familiares, parceiros, seguidores, enfim, frequentadores do blog ESCALADAS NO CERRADO,

Obrigado por sua presença prestigiando este blog! Desejo um Natal fantástico, melhor que todos os natais passados, desejo também um SUPER 2010, cheio de esperanças, renovações, conquistas e desafios que levem ao crescimento em todos os sentidos! Mais do que pinheiros neste Natal, que tenhámos muitas árvores plantadas neste País afora, árvores NATIVAS sobretudo, árvores do Cerrado, da Mata Atlântica, do Pantanal, árvores da Amazônia, da Caatinga, enfim árvores do Brasil... muitas!!! Que cada brasileiro distribua sementes e plante muitas árvores!! Que esta época que celebra o nascimento Daquele que deu sua vida por nós seja lembrado com alegria e que em cada coração seja plantado também sementes das árvores do amor, da alegria, do respeito, da felicidade, da fé, da gentileza, entre outras... Lembrem-se sempre que "A semente é a base da Floresta" e para que tenhamos florestas é fundamental distribuírmos sementes... À todos um FELIZ NATAL E UM FELIZ ANO NOVO!
São os sinceros votos do Blog Escaladas no Cerrado,


Alexandre Coletto da Silva

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

ESCALANDO JEQUITIBÁS GIGANTES







ESCALANDO JEQUITIBÁS GIGANTES” nasceu da iniciativa de dois montanhistas: Bruno Dias e Fabiano Seabra. O Jequitibá é uma árvore-símbolo dos estados de São Paulo e Espírito Santo. Em tupi-guarani significa gigante da floresta, o que é compreensível.
São árvores nativas da Mata Atlântica brasileira, existentes apenas na região sudeste e em alguns estados vizinhos. Registros atuais anotam jequitibás com 60 metros de altura. Para se ter idéia do que significa 60 metros, basta lembrar que esta é a altura de um prédio equivalente a 20 andares. Em meados de 2001, após me envolver com projetos relacionados ao acesso por cordas em Dossel Florestal, percebi a importância e a necessidade de aprimorar e adquirir conhecimentos técnicos para tal finalidade. Busquei cada vez mais o êxito em escaladas em árvores de grande porte e daí o fascino pelos Jequitibás, e claro, por outras espécies gigantes da flora brasileira. Percebi então, a necessidade de criar um nome, uma marca, no qual, as pessoas teriam referência do meu trabalho. Criei então, “DOSSEL BRASIL”. Um segmento voltado para profissionalizar os acessos por cordas em Dosséis Florestais no Brasil. Quando se fala em escalar árvores, sempre vem em mente um ar de lazer, recreação e diversão. Mas vai muito, além disso, envolve profissionalismo, determinação, conhecimento, responsabilidade, analise de riscos, logística, e claro, objetivo. Escalar Jequitibás Gigantes é o meu objetivo atual, ou seja, convidei um colega chamado Fabiano Seabra, formado em Educação Física, com diversos trabalhos publicados e grande companheiro de montanha. Desenvolvemos juntos, uma serie de padrões e normas para profissionalizar nossos ideais. Depois de organizado a parte burocrática, partimos então, em busca dos maiores Jequitibás do Brasil. Nosso trabalho consiste na Escalada das Árvores, utilizando técnicas e equipamentos vindos da escalada em rocha, alpinismo, espeleologia, canionismo, e outros mais. Desenvolvemos um procedimento técnico, no qual, não agredimos o tronco das árvores, a ascensão é feita utilizando fitas tubulares e cordas, estática e dinâmica. Quando chegamos lá em cima, no “Dossel” topo das árvores, realizamos diversos trabalhos, entre eles a identificação da altura, diâmetro dos galhos, registro fotográfico de fauna, flora e paisagem. Além de abrir portas para infinitas pesquisas no segmento florestal.
Iniciamos os trabalhos na centenária Fazenda Traituba, no município de Cruzília – MG. Encontramos por lá um Jequitibá gigantesco, com os calculados 45 metros de altura, 4,10m de diâmetro e 15,20m de circunferência. O local também pode ser chamado de “Morada dos Jequitibás”, existem por lá, diversos outros Jequitibás Gigantes, realmente um lugar único.
Mas, os trabalhos continuam e pelo levantamento que fizemos, são dezenas os Jequitibás Gigantes espalhados pela região sudeste do Brasil. Em Baependi, minha cidade natal, localizada no Circuito das Águas, no Sul do estado de Minas, também existem Jequitibás Gigantes e diversas outras espécies como: Canela Parda, Jatobá, Ingá, Cedro, Araucárias, entre outros. Estamos em busca de apoios e parcerias, pois nosso projeto é muito amplo, envolve deslocamento, equipamentos diversos, mão de obra e até mesmo, autorizações junto aos órgãos responsáveis pela Flora Brasileira. As universidades da região sudeste, têm mostrado bastante interesse no assunto e até mesmo alguns cursos técnicos já tivemos a oportunidade de ministrar. Um deles, na Universidade Rural do Rio de Janeiro, UFRRJ.
Em breve estaremos relatando outras descobertas e nosso objetivo agora é escalar o Jequitibá Rosa do Parque Estadual de Vassununga, em Santa Rita do Passa Quatro – SP. Considerado o maior exemplar vivo da espécie na região sudeste. Vamos lá conferir a veracidade dos dados. Em breve no site: www.dosselbrasil.com.br haverá diversas novidades e informações a respeito de escaladas em árvores pelo Brasil.


FONTE: http://www.extremos.com.br/artigos/BrunoDias/090921.asp
DATA:
Publicado em 21/09/2009 - 14h34 - Bruno Dias
FOTOS: Bruno Dias e Fabiano Seabra

NOTA DO BLOG: Apesar de ter sido publicada em 21/09/2009 resolvi postar essa interessante matéria para divulgar o trabalho desses dois escaladores que ainda não conheço! Acredito que seja importante a integração, troca de idéias e experiências para o crescimento desta atividade - escalada em árvores - no País. Se você trabalha com escalada de árvores ou possui um grupo de escalada em dossel, seja por hobbie, pesquisa, trabalho ou lazer, utilize esse espaço e conte sua experiência!!! Grande abraço e boas escaladas,

Alexandre Coletto da Silva

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Parque Estadual Vassununga



Visite o Parque Estadual Vassununga e conheça o maior jequitibá do Brasil (fotos postadas são de autoria de Mauro Halpern)!!!!

UM POUCO SOBRE O PARQUE...
O Parque Estadual Vassununga localiza-se no município de Santa Rita do Passa Quatro, no estado de São Paulo, Brasil. Possui uma área total de 2.071 hectares. Os decretos estaduais 52.546, de 26 de outubro de 1970, e 52.720, de 12 de março de 1971 criaram o parque. A área do parque está fragmentada, o que faz com que sofra ameaças pelo cultivo do entorno com cana-de-açucar, eucalipto e pecuária.

UM POUCO SOBRE A ESPÉCIE...
O jequitibá-rosa (Cariniana legalis (Mart.) Kuntze), árvore emergente brasileira da família Lecythidaceae, é a árvore-símbolo dos estados de São Paulo e do Espírito Santo. Seu porte e beleza fizeram com que seu nome fosse dado a cidades, ruas e palácios.

No Espírito Santo tem data comemorativa, o dia 21 de setembro (Lei 6.146, de 08.02.2000 -ES). O Projeto Jequitibá-rosa, da Associação Ecológica Força Verde, está à procura da maior árvore desse espécie localizada no Estado do Espírito Santo.
Existe alguma confusão a respeito do nome vulgar desta espécie, que, dependendo da região do Brasil, pode referir-se a qualquer uma das espécies de jequitibás.
É a espécie tipo do gênero Cariniana, descrita como Cariniana brasiliensis por Casaretto, em 1842, no Rio de Janeiro. No entanto, foi descrita pela primeira vez por von Martius em 1837 como Couratari legalis. A revisão de gêneros botânicos feita por Kuntze em 1898 a renomeou como Cariniana legalis.

Sinonímia: congolo-de-porco, estopa, jequitibá-de-agulheiro, jequitibá-branco, jequitibá-cedro, jequitibá-grande, jequitibá-vermelho, pau-carga, pau-caixão, sapucaia-de-apito.

Características morfológicas
É considerada a maior árvore nativa do Brasil, porque pode atingir até 50 metros de altura e um tronco com diâmetro de até sete metros. Suas folhas membranáceas medem até 4 x 7 cm. As flores, pequenas, que surgem de dezembro a fevereiro, são de cor creme. O fruto é um pixídio lenhoso, cuja abertura espontânea, em agosto-setembro, libera as pequenas sementes de dispersão eólia. Um quilograma contém cerca de 22 mil sementes, que germinam em ambiente semi-sombreado, emergindo o broto entre 12 e 20 dias.

Ocorrência
Originalmente encontrada no centro e sudeste do país (estados de Espírito Santo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo e Mato Grosso do Sul), e também em Alagoas, Bahia, Paraíba e Pernambuco, na Mata Atlântica, tanto na pluvial quanto na latifoliada semidecidual, sempre em solos férteis. Talvez ocorra também na Colômbia e na Venezuela. O maior e mais antigo espécime vivo do jequitibá-rosa se encontra no Parque Estadual do Vassununga, em Santa Rita do Passa Quatro, SP, e possui mais de 3.000 anos de idade, considerado dessa forma um dos seres vivos mais antigos do planeta, e a mais velha árvore do Brasil. Sua altura é 40 m e seu diâmetro 3 m.
Outro espécime importante fica no Parque Estadual dos Três Picos, RJ, e tem cerca de 1.000 anos.

Ecologia
Semidecídua, heliófita, aparece em dispersão irregular e descontínua: por exemplo, no Parque Estadual Vassununga aparece na forma de um grupo.
Ocupa o estrato superior da floresta primária densa, na qual é maior sua ocorrência.
A ameaça à espécie, que cresce em terras férteis, vem da expansão agrícola e urbana.

Usos
Suas sementes são muito apreciadas por macacos. É planta medicinal, sua casca é usada em extrato fluido.A madeira, leve, é usada na construção civil apenas em obras internas, e na fabricação de móveis, pois é pouco resistente ao ataque de xilófagos. Ornamental e de porte monumental, pode ser usada no paisagismo de parques, praças e áreas rurais. Tolera a luz, por isso pode ser usada na revegetação de áreas desmatadas.O que tem sido feito para prezervá-los.

FONTE: http://pt.wikipedia.org/wiki/Jequitib%C3%A1-rosa e http://pt.wikipedia.org/wiki/Parque_Estadual_Vassununga
Acesso: 16 de dezembro de 2009

Endereço do Parque:
Parque Estadual de Vassununga
Rodovia Anhanguera, km 245
Sta Rita do Passa Quatro - SP - CEP 13670-000
Telefone: 0xx 19 582-1807

domingo, 13 de dezembro de 2009

MAIS UM CURSO REALIZADO COM SUCESSO!!!












Parabéns aos alunos/técnicos do Instituto Brasileiro de Florestas pelo desempenho apresentado durante o curso de escalada em árvores realizado em Uberlândia nos dias 12 e 13 de dezembro de 2009. Espero que vocês possam colocar em prática tudo que aprenderam e que possam aprimorar mais e mais o serviço de coleta de sementes com máxima segurança. Lembre-se que o aprendizado não termina com o fim do curso! O treinamento deve ser constante para que com o tempo vocês consigam aprimorar a habilidade de chegar ao dossel, trabalhar com segurança e posteriormente retornarem ao chão em segurança. Gostaria de registrar meu agradecimento ao meu irmão Ronaldo Coletto e minha cunhada Maria José por permitirem a realização de mais esse curso na chácara deles, na Morada do Sol, em Uberlândia. Obrigado ao Instituto Brasileiro de Florestas, mais especificamente ao presidente, Solano Aquino pela confiança depositada na minha pessoa para a coordenação desse curso. Estou a disposição para atividades futuras! Os alunos que fizeram o curso são:
Edenilson Antonio Leme
Jabs Amaral
Lucineia Paula de Castro
Maria Ferreira da Silva

Valeu pessoal!!!

OBS - A utilização das fotos é livre mas peço apenas para não esquecerem dos créditos: Acervo Coletto 2009, disponível em www.escaladasnocerrado.blogspot.com

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

MAIS UM CURSO DE ESCALA EM ÁRVORES SERÁ REALIZADO EM UBERLÂNDIA



É com grande satisfação que informo a data de realização de mais um curso de escalada em árvores em Uberlândia. O curso será realizado nos dias 12 e 13 de dezembro e terá a participação de 4 alunos/técnicos do Instituto Brasileiro de Florestas(IBF). Este curso terá um sabor especial pois faz parte de um projeto do IBF chamado "Sementes do Trabalho" voltado para capacitação de coletores de sementes. As fotos mostram equipamentos de rapel doados pela Conquista Montanhismo e garrafinhas para hidratação dos alunos, doados pela Jungle (loja de materiais esportivos de Uberlândia que está apoiando meus cursos e que intensificará o apoio a partir de 2010). O valioso apoio da Conquista foi destaque na matéria disponível nos sites do IBF e da própria Conquista, conforme disponibilizado abaixo:

Por: Instituto Brasileiro de Florestas

No mês em que a Conquista completa 19 anos, ingressamos num projeto muito interessante, fornecendo equipamentos para coleta de sementes. Este projeto funciona como fonte de renda para as famílias que dele participam, além de contribuir com o meio ambiente. Diante da preocupante realidade ambiental com a qual o ser humano tem se deparado, cada vez mais tem se buscado o envolvimento de toda a sociedade na conservação do meio ambiente. Atribuir essa culpabilidade somente ao poder público é se ausentar da responsabilidade que cada um tem na degradação ambiental e conseqüente interferência no ecossistema. Somente ações governamentais são insuficientes para administrar todo esse problema, para que as conseqüências negativas, provocadas pelo lucro desenfreado, possam ser amenizadas, é preciso o envolvimento de toda sociedade. É pensando nisso e ciente de sua responsabilidade socioambiental que a Conquista Montanhismo, empresa brasileira voltada à fabricação de equipamentos para camping, esqui e montanhismo, insere-se no projeto Sementes do Trabalho, por meio da doação de produtos que farão parte do kit coleta de sementes, os quais serão entregues a famílias cadastradas no programa. O Projeto Sementes do Trabalho dá todo o suporte técnico e comercial para as famílias das comunidades, desde a capacitação dos agentes até a geração de uma renda mensal através da garantia de compra das sementes coletadas. Todo esse trabalho gera um essencial beneficio a sociedade que é promover agentes socioambientais responsáveis e conscientes, além de proporcionar uma modificação nos hábitos extrativistas das pessoas envolvidas, que por sua vez também ganham uma fonte de trabalho auto-sustentável. Dessa forma, a Conquista Montanhismo acredita que não basta uma empresa crescer e buscar somente seu próprio lucro, ela tem que trazer algum benefício para a comunidade onde está inserida. Por meio deste programa, é possível aliar a preservação ambiental e a geração de renda, possibilitando que famílias de agricultores vivenciem na prática o significado do conceito "desenvolvimento sustentável".

domingo, 15 de novembro de 2009

IDÉIA BOA QUE PODE SER SEGUIDA POR OUTRAS PREFEITURAS NESSE PAÍS

Sexta feira passada (13/11/09) o Globo Repórter na TV Globo apresentou uma matéria sobre o cerrado brasileiro. Num dado momento do programa me chamou a atenção uma iniciativa da prefeitura de Campo Mourão, cidade a Centro-oeste do Estado do Paraná. Esta cidade incentiva seus moradores a plantarem árvores com diminuição de impostos. Veja um trecho extraído do site do Globo Repórter:

"O esforço para preservação também conta com incentivo oficial. Em Campo Mourão, moradores que mantêm espécies de cerrado no quintal e que se cadastraram na prefeitura até 2003 têm direito a desconto no IPTU.

Para cada árvore de pé, 5% menos de imposto. Mas só valem espécies tombadas, como angico, pequi e barbatimão. O desconto máximo é de 30% no valor do tributo. Com quatro angicos no quintal, o montador industrial José Carlos Oliveira está economizando cerca de R$ 50 no IPTU. Mas esse nem é o maior benefício da preservação. "Não precisamos de passarinhos na gaiola para ouvir o canto deles. É só preservar a árvore que vamos ter passarinhos sempre por perto", diz."

Essa é uma excelente iniciativa e que deve ser modelo para outras prefeituras, como a própria Prefeitura Municipal de Uberlândia! Fica aí a sugestão!!

FONTE: http://g1.globo.com/globoreporter/0,,MUL1378831-16619,00-PARANA+PRESERVA+CERRADO+DO+TAMANHO+DE+UM+CAMPO+DE+FUTEBOL.html
ACESSO: 15/11/09

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Árvore centenária do Bosque da Ciência está comprometida

2009-11-03 - 14:47:11

A ‘tanimbuca’, árvore que batiza a Ilha existente na área do Bosque da Ciência do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), precisa de intervenção por conta dos abalos sofridos ao longo dos seus mais de 600 anos de vida. Pesquisadores do Instituto vão estudar alternativas para assegurar estabilidade ao exemplar.

Por Mário Bentes

A árvore de mais de 600 anos de idade que batiza a ‘Ilha da Tanimbuca’, no Bosque da Ciência do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), está com quase metade de sua estrutura física comprometida pela ação do tempo.

A constatação é do consultor alemão Frank Rinn, que esteve em Manaus na última sexta-feira (30) a pedido do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) Madeiras da Amazônia, do Inpa.

A avaliação, resultante de uma técnica criada pelo próprio consultor, em 1999, apontou que 45% da estrutura da árvore está comprometida, principalmente na área mais interna do tronco, onde há, inclusive, partes completamente ocas ou danificadas possivelmente pela ação de fungos – o que é considerado normal por conta da elevada idade alcançada pela árvore.

Para chegar ao resultado, Rinn utilizou pequenos sismógrafos – aparelhos usados para medir tremores de terra – instalados envolta do tronco da árvore, formando uma espécie de anel nas proximidades da base.

Cada aparelho – onze, no caso da avaliação da tanimbuca (Buchenavea huberi) – estava ligado a um computador com um software especialmente desenvolvido para analisar os dados.

O consultor explica que os aparelhos são instalados nas proximidades da base do tronco (a cerca de um metro do nível do solo) por esta área sofrer a maior tensão física quando da ação das correntes de vento e da gravidade, diferente de áreas do tronco situadas mais acima.

partir de, no mínimo, seis sismógrafos – o que garante, segundo ele, fidelidade aos resultados.

Vibrações indicam saúde da árvore

A partir daí, Rinn aplicou pequenos golpes de martelo em cada um dos onze sismógrafos usados na avaliação, de modo que todos eles, paralelamente, emitiam e recebiam as informações referentes às vibrações dos choques no interior da árvore.

As vibrações de cada golpe variavam conforme a estrutura interna da tanimbuca, fazendo com que as informações chegassem em maior ou menor tempo aos outros sismógrafos.

“As vibrações que partiam de cada área golpeada percorrem áreas diferentes do interior do tronco. O tempo que a vibração leva para percorrer a massa da árvore até os outros medidores, na superfície do tronco, indicam a qualidade da estrutura. Se as vibrações percorrem o interior em pouco tempo, significa que a estrutura está em boas condições, se for o contrário podem haver parte ocas ou áreas danificadas”, explica Frank Rinn.

O mesmo procedimento é repetido algumas vezes em cada sismógrafo até que o software tenha informações suficientes para calcular uma média entre todas as medidas captadas. Rinn explica que o software avalia outros possíveis resultados a partir da “suposição” das condições existentes na área onde a árvore avaliada fica situada.

“O software aponta a estimativa da saúde de uma árvore a partir do terreno ao redor. Se uma árvore, por exemplo, tem abalos no interior do tronco e fica localizada em um descampado, o procedimento vai diminuir o percentual de integridade, porque a árvore estará mais suscetível às forças do vento.

O mesmo não acontece se a árvore está protegida da ação do vento e da chuva pela presença de outras árvores”, explica o consultor.

Inpa vai tomar providências

No caso da tanimbuca do Inpa, avalia Fran Rinn, a estimativa do percentual do que se chama de “insanidade” – problemas de saúde – pode ser menor porque o exemplar fica situado em local de pouco movimento e protegido da ação do vento e da chuva. De qualquer forma, pesquisadores do Inpa já estudam meios para garantir mais estabilidade à árvore.

“Vamos estudar alternativas em dois aspectos: o de engenharia e o biológico. A meta é fazer um equilíbrio entre as formas possíveis de melhorar as condições físicas e a estrutura da tanimbuca como um todo”, explica o coordenador de Ações Estratégicas do Inpa, Estevão Monteiro de Paula.

O trabalho que visa identificar as possíveis alternativas de recuperação da árvore será organizado pela Coordenação de Extensão do Inpa.

Foto: Mário Bentes – No detalhe, o consultor Frank Rinn analisa os dados dos sismógrafos (ao fundo, instalados no tronco da árvore) no computador.

Fonte: http://www.inpa.gov.br/

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

NATIONAL GEOGRAPHIC APRESENTA MATÉRIA SOBRE SEQUÓIAS

A edição de outubro da National Geographic apresenta uma super matéria sobre sequóias nos EUA. Na matéria de capa entitulada "Terra de Gigantes" o explorador Mike Fay percorre 2,9 mil km pela floresta de sequóias da Califórnia para salvá-las.


A caminho do topo da árvore e 106 metros de altura, a botânica Marie Antoine (à esquerda) entrega uma amostra do cerne - 750 anos de biografia, no caso - a Giacomo Renzullo, especialista na ecologia do dossel. Quanto mais velha a árvore, mais madeira ela produz.

Foto: Michael Nichols

Fonte: http://viajeaqui.abril.com.br/national-geographic/

FIM DE SEMANA PRESTANDO SERVIÇO NA ÁREA DE ESPORTES RADICAIS...





Esse fim de semana as atividades foram relacionadas com esportes radicais variados: rapel, bóia cross, banana bolt, caiaque, tirolesa e o que acho mais interessante, o arvorismo. As atividades fizeram parte da "Semana Jovem" (dias 24 e 25 de outubro de 2009) no Praia Clube (Uberlândia - MG), evento realizado pela Savana Venture.


UM POUCO SOBRE O ARVORISMO...

Chamado também de arborismo ou verticália, o arvorismo é a passagem de uma copa de árvore à outra. A travessia é feita numa montagem de trilhas, passarelas, redes, tirolesas (é a maneira que alpinistas utilizam para transpor vales, canyons e obstáculos elevados e distantes entre si. A pessoa faz a travessia presa a cintos tipo cadeirinha, que desliza por um cabo de aço através de roldanas) e outras atividades suspensas, através de cordas e cabos de aço.

As primeiras práticas de Arvorismo foram registradas na Europa em meados dos anos 90, que inicialmente era feita por pesquisadores com a intenção de estudar espécies encontradas nas copas das árvores como pássaros, bromélias, entre outras. com isso, praticantes de esportes verticais foram aperfeiçoando as técnicas, fazendo com que o esporte hoje se tornasse uma modalidade ecológica bastante apreciada.

O Arvorismo atualmente faz sucesso no Mundo todo, essa modalidade consiste em atravessar percursos acrobáticos feitos através de pistas montadas próximas à copa das árvores com utilização de técnicas de rapel e tirolesa. O esportista precisa percorrer os diferentes circuitos suspensos que ficam a cerca de 7 m do chão, bem no alto das árvores, na medida em que se ultrapassa o percurso, a dificuldade vai aumentando em cada trajeto o que também permite uma adaptação gradual à altura e a prática.

Além de estimular o contato do homem com a natureza e a conscientização para sua preservação, o praticante melhora suas habilidades em termos de equilíbrio, coordenação, confiança e principalmente concentração. O Arvorismo pode ser feito por crianças a partir de doze anos e adultos de qualquer idade, sendo exigido somente altura mínima de 1,40m, que para a segurança os esportistas estão sempre amarrados a cabos de aço para que não haja nenhum risco.

Fonte: http://www.terranossa.com & http://www.portalsaofrancisco.com.br

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

FORMAÇÃO DE DUPLAS PARA COMPOR TURMAS

Atenção pesquisadores, alunos, amantes da natureza e da escalada! Estou formando turmas/duplas para os cursos de escalada em árvores que irão acontecer até o fim do ano! Aproveite e entre em contato para saber os detalhes (valores, carga horária, etc).

Grande abraço

Alexandre

sábado, 10 de outubro de 2009

RECEBI POR E-MAIL!! GOSTEI DA IDÉIA!!!

Essa é para a turma que não diferentemente de mim, vive acessando o google.
Gostei e adotei a idéia. Agora toda consulta que faço é nesse site.
A google lançou um novo site de busca na internet, chamado eco4planet, com a mesma tecnologia e qualidade de busca. A cada 50.000 consultas uma árvore será plantada, e fica disponível no portal o número de mudas atingido. O fundo preto da tela, que a princípio gera estranhamento, acaba por descansar os olhos e economizar 20% da energia do monitor (as práticas responsáveis quase sempre acumulam vantagens).
A iniciativa é nova (a contagem das árvores começou mês passado), e vale a pena divulgar.
O site é... http://www.eco4plan et.com/pt/
Divulguem!

OBS: Se você não consulta assunto algum, não não gosta da internet e não tá nem aí pra Google, pelo menos plante árvores!!!!

Abraços, bom fim de semana!!

Alexandre

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Incêndio invade área de preservação e destrói 160 pequizeiros

Um incêndio destruiu mais de 160 pequizeiros, em Grão Mogol, no norte de Minas. A árvore é protegida por lei e considerada símbolo de Minas Gerais. Segundo o Instituto Estadual de Florestas, o fogo começou em um terreno particular e se espalhou para uma área de preservação permanente.

A empresa responsável pela fazenda foi multada em mais de R$ 970 mil, mas pode recorrer. O supervisor florestal da empresa se comprometeu a plantar mais de três mil mudas na área até o fim do ano.

Funcionários de uma empresa de limpeza de estofados em Belo Horizonte receberam, nessa quarta-feira, uma visita inusitada no meio do expediente. Um funcionário passava pelo quintal da empresa e se surpreendeu com uma arara azul no alto de uma árvore. A espécie está ameaçada de extinção e é uma das principais vítimas dos traficantes de animais silvestres.

Uma caixa de papelão foi usada pelos empregados na captura. Em seguida, eles chamaram a Polícia de Meio Ambiente e entregaram a arara. O animal foi encaminhado para receber os cuidados de um veterinário.

FONTE: Globo Minas (http://globominas.globo.com/GloboMinas/Noticias/BomDiaMinas/0,,MUL1333953-9077-35219,00.html)

SEMENTES PELO AR - Pilotos de vôo livre fazem ato simbólico para incentivar reflorestamento

Pilotos que disputam os campeonatos Mineiro e Brasileiro de voo livre, em Araxá, no Alto Paranaíba, aproveitaram as provas para dar um exemplo de preservação do meio ambiente. Lá de cima, eles jogaram sementes de plantas nativas para ajudar no reflorestamento da região.

FONTE: Globo Minas (http://globominas.globo.com/GloboMinas/Noticias/BomDiaMinas/0,,MUL1334083-9077-2863,00.html)

PARABÉNS A ESSES ATLETAS POR ESSA INICIATIVA!!!!
Alexandre

domingo, 27 de setembro de 2009

IPAM põe fogo em floresta no final de agosto

FONTE: IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia)
Oswaldo de Carvalho Junior, do IPAM

Fogo é um importante agente de transformação da paisagem da Amazônia. Anualmente fogos rasteiros de baixa intensidade queimam milhares de quilômetros quadrados de floresta desta região. Para estudar os efeitos desse fogo nessas florestas, uma equipe de pesquisadores do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) e The Woods Hole Research Center (WHRC) vão queimar 50 hectares (ha) de floresta em uma área de transição entre o Cerrado e a Floresta Amazônica no final do mês de agosto. Este é o maior experimento com fogo experimental em áreas tropicais do mundo e acontecerá em uma Fazenda do grupo Maggi, no município de Querência, Mato Grosso.

A pesquisa foi iniciada em 2004, com o objetivo de identificar e quantificar variáveis que controlam o comportamento do fogo em florestas de transição da Amazônia. Além disso, o experimento tem como objetivo identificar qual a intensidade e a frequência de incêndios que poderiam causar a transformação das florestas da Amazônia em florestas secundárias empobrecidas, de maneira permanente.

O experimento está sendo conduzido em uma área de 150 ha, divididas em três parcelas onde 50 ha não sofrem queimadas – área controle -, 50 ha são queimadas anualmente e outros 50 ha são queimados a cada três anos. Nessas parcelas, são coletados diversos tipos de informações como: espécies de árvores, seu tamanho e abundância, estrutura da floresta (abertura de copa), número de plântulas, medidas do material combustível no chão (galhos e folhas) e também alguns grupos de animais.

Após o fogo, todas essas informações são coletadas novamente de forma a avaliar como este ambiente está reagindo ao fator de degradação. A temperatura e a umidade locais também são monitoradas antes e depois do fogo, para detectar mudanças no microclima da floresta, e a umidade de solo é medida para verificar como essas mudanças estão afetando a disponibilidade de água no solo.

Para realizar o experimento, várias medidas de segurança são tomadas, tanto para garantir a segurança dos pesquisadores e suas equipes como para que o fogo não escape para áreas adjacentes ao experimento.

Os resultados atuais mostram que as florestas de transição são extremamente vulneráveis a incêndios recorrentes. A mortalidade de árvores e cipós aumentou 80% e 120%, respectivamente, em relação ao controle. Além disso, os incêndios florestais acarretaram uma diminuição na quantidade de espécies de 50% em relação a florestas não afetadas pelo fogo. Mais ainda, essas áreas tornam-se mais suscetíveis à invasão de gramíneas não nativas, dificultando a regeneração natural da vegetação.

Saiba mais: Experimento Savanização (http://www.climaedesmatamento.org.br/pesquisas/item/id/4)

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Proteja as arve do nosso Brasil!

" Arve é planta que dá em pé
Pé-de-planta que dá no pau
Trepa-trepa de curumim
Casa santa dos animal
Monstro-serra anuncia a má-fé
Da ganância do capital
Esperança sozinha não é
Solução pra vencer tanto mal

Proteja as arve do nosso Brasil!"
(Luiz Salgado / Marco Aurélio Querubim)

Comemore você também a chegada da estação das flores e o Dia da Árvore!

Ouça a música "Arve" no www.myspace.com/emcantar
Siga o EMCANTAR no Twitter: www.twitter.com/emcantar


EMCANTAR - Cultura Educação Meio Ambiente
34 3218-6693
www.emcantar.org

DIA DA ÁRVORE - COMEMORAR O QUE?

Hoje deveria ser uma data muito, mas muito especial. Na verdade é uma data especial, o dia em que se comemora a existência das árvores. Mas não há muito o que se comemorar pois nossas matas continuam sendo destruídas pela expansão das atividades humanas, centenas de árvores continuam sendo derrubadas na Amazônia todos os dias, várias espécies vegetais e animais estão correndo o risco de desaparecer, muitas não tendo sequer a oportunidade de serem descritas pela Ciência. Então comemorar o que? Não apenas comemore, ao invés disso, aproveite esse dia e faça a diferença! Hoje mais que reflexões precisamos de ações que tornem nosso mundo um local mais saudável para a atual e as futuras gerações. Algumas dessas ações podem mudar nossa relação com a natureza de modo geral e especialmente com as árvores. Para isso nossas sugestões de comemoração do "dia da árvore" são:
1) converse mais com seus filhos, amigos ou parentes sobre a importância de se preservar as árvores. Uma criança bem orientada hoje será o cidadão responsável, consciente e atuante nas questões ambientais amanhã;
2) plante árvores, dê preferência às espécies nativas e/ou frutíferas que podem atrair animais para nossa apreciação como aves, macacos, etc;
3) informe-se sobre as diferentes espécies que existem na região onde você mora, procure os pesquisadores e adquira dicas de cultivo, informações gerais sobre aspectos botânicos, ecológicos, etc;
4) colete sementes e distribua para os amigos, faça uma rede de troca de sementes ou mudas;
5) proteja as árvores das áreas verdes (parques, praças, corredores ecológicos, etc) fiscalizando possíveis ações de vândalos. A polícia militar possui uma divisão ambiental, informe-se em sua cidade e estabeleça um canal de comunicação com os órgãos de fiscalização denunciando qualquer agressão ao meio ambiente;
6) participe de ações de educação ambiental, essas ações podem começar em casa e se estender para a escola de seus filhos, para o trabalho, etc;
7) Conheça as árvores do seu país, o Brasil possui vasta literatura sobre o assunto! Lembre-se até o nome do nosso País deriva de uma árvore!!!
8) Seja um agente ambiental, proteja nossas árvores, lute por nossas matas, a natureza merece ser vista, apreciada pelas futuras gerações!

Essa é a mensagem do blog ESCALADAS DO CERRADO nesse dia tão especial!!!

Alexandre Coletto da Silva

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Em Uberlândia dia da árvore será comemorado com conscientização ambiental

Dia da árvore será comemorado com conscientização ambiental
Cerca de 60 mudas de diferentes espécies do cerrado serão plantadas

O Dia da Árvore será comemorado na próxima segunda-feira (21), das 9h às 11h, às margens do Rio Uberabinha. Cerca de 60 mudas de diferentes espécies do cerrado serão plantadas para auxiliar na recuperação da mata ciliar e garantir a saúde do rio. Além do plantio, cerca de 30 crianças da Escola Municipal Luiz Rocha e Silva farão uma blitz ecológica na avenida Getúlio Vargas, para distribuir 500 kits com sementes de Ipê Amarelo e panfletos.

De acordo a diretora de desenvolvimento ambiental, Ethel Caíres de Oliveira, a conscientização é uma das mais importantes formas de preservação ambiental. “É momento de refletirmos sobre a conservação da natureza, preservação das nossas matas e cursos de água”, disse.

As ações fazem parte da proposta de implantação do Parque Linear do Rio Uberabinha, que visa à participação da população nas atividades de revegetação de suas margens. A comemoração é uma realização da Prefeitura de Uberlândia, em parceria com a Caixa Econômica Federal e Universidade Federal de Uberlândia.

Data: 21 de setembro
Local: Avenida Getúlio Vargas (após a ponte, na margem esquerda do Rio Uberabinha)
Horário: das 9h às 11h


Fonte: site da prefeitura http://www.uberlandia.mg.gov.br/

EVENTO IMPORTANTE EM MINAS GERAIS ESTE MÊS

I Encontro Mineiro de Arborização Urbana

Dias 21 e 22 de setembro irá acontecer em Belo Horizonte o I Encontro Mineiro de Arborização Urbana. O evento será realizado no auditório do Fiemg Trade Center e será prestigiado por prefeitos, autoridades municipais e estaduais de Minas Gerais. A programação do evento pode ser conferida pelo link: http://migre.me/75nY .

Fonte: Informativo eletrônico do Conselho Regional de Biologia - 4a Regiao


segunda-feira, 14 de setembro de 2009

NOVA ESCALADA NO MOROTOTÓ PARA COLETA DE SEMENTES





A ESCALADA ACONTECEU...

... domingo passado (13/09/2009) onde realizei nova coleta de infrutescências para extração de sementes de Morototó (Schefflera morototoni (Aubl.) Maguire, Steyerm. & Frodin) para um projeto da Universidade Federal de Uberlândia. Nessa coleta novamente foram utilizadas técnicas de escalada derivadas da espeleologia (exploração de cavernas). Entretanto, neste dia, optei por uma escalada mais leve utilizando a técnica de progressão simultânea por ser menos fatigante, pois foi necessário escalar mais de uma matriz (árvore). Nesta técnica ao invés de um par de bloquedores de punho utilizei os seguintes equipamentos: CROLL (bloqueador ventral), ASCENCION (bloqueador de punho direito) e o PANTIN (bloqueador de pé).

AS SEMENTES...

... de morototó são comercializadas na forma de artesanato (colares, brincos, cintos, etc) por algumas etnias indígenas do Estado do Amazonas. Em Manaus é comum encontrarmos esses artesanatos coloridos com tintas vegetais e com acabamentos que misturam penas de aves e sementes de outras espécies botânicas. O IBAMA tem orientado os artesãos indígenas a não utilizarem penas de aves na confecção dos colares e também as pessoas para que não adquiram objetos de artesanato que possuam penas como forma de proteção a esses animais. Ainda assim é muito comum encontrar esses artigos no comércio de artesanatos manauara e/ou amazonense. Valeria a pena maiores investimentos na divulgação desse potencial artesanal do Morototó aqui também no Cerrado. Fica a idéia para nossos criativos artesãos e para instituições como o SEBRAE que geralmente apoiam iniciativas dessa natureza!!!


AS FOTOS ...

... novamente são do amigo Rafael Portezan. Fica aqui registrado meu obrigado ao Rafael pela ajuda nos trabalhos de campo e pela documentação fotográfica.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

COLETA DE SEMENTES DE MOROTOTÓ







Hoje (31/08/2009) realizei coleta de infrutescências para extração de sementes de Morototó (Schefflera morototoni (Aubl.) Maguire, Steyerm. & Frodin) para um projeto da Universidade Federal de Uberlândia. Na coleta foram utilizadas tanto técnicas de ascensão vertical quanto o auxílio de um podão de coleta botânica! As fotos são do técnico em meio ambiente e parceiro de escaladas em árvores Rafael Portezan.
Dados da espécie:
Família: Araliaceae.
Nomes vulgares: morototó, mandioqueira,mandioqueiro-branco, mandiocaí, mandiocão, pau-mandioca, caixeta, caixeteiro, pau-caixeta, matataúba,marupaúba-falso, mucutuba, marupá, mucututu,murucututú, pau-de-jangada, pau-de-são-josé, pé-de-galinha, pixixica, sambacuim, entre outros.
Sinonímias: Didymopanax morototoni (Aubl.) Decne. &Planch., D. morototoni var. poeppigii (Decne. & Planch.) Marchal, D. poeppigii Decne. & Planch., Panax morototoni Aubl., P. splendens Kunth, P. undalata Aubl. e Sciadophyllum paniculatum Britton.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

LIVRO "PLANTAS RARAS DO BRASIL" PARA DOWNLOAD

PLANTAS RARAS DO BRASIL é um projeto desenvolvido pela Universidade Estadual de Feira de Santana e a ONG ambientalista Conservação Internacional com objetivo combinar esforços de pesquisadores e instituições para identificar e mapear todas as espécies raras de plantas do Brasil e também as áreas mais importantes para a conservação dessas espécies. A primeira etapa do projeto foi concluída com a publicação do livro “Plantas Raras do Brasil”, lançado no dia 2 de julho de 2009, em Feira de Santana, Bahia, durante o Congresso Brasileiro de Botânica. As informações do livro estão organizadas aqui para que elas possam ser utilizadas por todos os setores da sociedade brasileira nos seus esforços para garantir a conservação da extraordinária biodiver- sidade existente no país.

Neste site você poderá baixar o livro: http://www.plantasraras.org.br/

Boa leitura,

Alexandre

sábado, 8 de agosto de 2009

GRIPE H1N1

Sei que esse assunto não está relacionado com o objetivo desse blog mas sinto-me na obrigação como biólogo de tratar esse assunto aqui!! Quanto mais esclarecimentos, quanto mais informação melhor pois pessoas estão morrendo, todos os dias e pessoalmente não acredito nos números de óbitos que os veículos de informação mostram. Entrar em pânico é a solução? Não creio nisso, mas simples coisas como aumentar o número de vezes que se lava as mãos por dia e evitar aglomerações pode ser determinante para se diminuir o número de vítimas. Precisamos ser mais transparentes, mais rigorosos em nossas mudanças de hábitos, estamos diante de um inimigo novo que mata sem tregua, ou melhor, abre a porta para que outras infecções matem. Acima um quadro comparativo entre as características das gripes comuns em relação a gripe H1N1. Espero ter contribuido!

VEJA ESSE VÍDEO NO YOUTUBE: http://www.youtube.com/watch?v=G2xU4wpXZZg

Alexandre

sábado, 1 de agosto de 2009

I Curso de Capacitação para Coletores de Sementes Nativas do Estado do Amazonas

Apresentação: No Estado do Amazonas inexistem pessoas ou profissionais capacitados para preencher as novas exigências previstas pelo Ministério da Agricultura, Agropecuária e Abastecimento (MAPA) para a Coleta de Sementes Nativas visando suprir a demanda da pesquisa, fomento de plantios agroflorestais e das mais diversas finalidades promovidas pela iniciativa pública e privada. O curso nasceu da necessidade de difusão de técnicas seguras de ascensão e rapel que viabilizem a coleta de sementes com procedência e qualidade, utilizando um conjunto de técnicas que possibilitem o cadastro de coletores oficiais de sementes, bem como a promoção da geração de trabalho e renda para profissionais e pessoas afins a essa atividade.

Informações gerais sobre o Curso:
Local: Área verde do Campus Universitário - Universidade Federal do Amazonas
Carga Horária: 36 horas
Data: 26 e 27 de agosto – 02, 03, 08 e 09 de setembro.
Horário: 08:00 às 17:00
Número de vagas: 10 (dez)
Valor: Gratuito
Informações: mjlima@ufam.edu.br e rodrigoecolares@ufam.edu.br, ou
(0xx92 3647-4048 - Departamento de Ciências Florestais)

Fonte: acesse o link http://www.rsa.ufam.edu.br:8080/sementes/cursos/cursos.jsp para obter maiores informações e a ficha de inscrição do curso.


Comentário do Blog: Parabéns ao pessoal organizador desse curso (Instrutores: Manuel Lima Junior – Eng. Florestal; Raniere Garcez – Prático de Ascensão e Rapel e Rodrigo Colares – Técnico Florestal) pela excelente iniciativa!!! Sucesso nas atividades desse curso e espero que não seja o último!! Este blog está a disposição para divulgação de fotos e notícias sobre as atividades de vocês!! SELVA!!!!!
Boas escaladas!!

Alexandre Coletto da Silva

terça-feira, 21 de julho de 2009

A floresta no limite - FONTE: (Ricardo Zorzetto - FAPESP, Edição Impressa 156 - Fevereiro 2009)

Redução de chuvas elimina árvores de grande porte e diminui capacidade de absorção de carbono na Amazônia

Pesquisa FAPESP - A paisagem que Paulo Brando encontrou em outubro passado na Floresta Nacional do Tapajós em Belterra, município no oeste do Pará, é bem distinta da que o encantou em sua primeira viagem à região seis anos atrás. As árvores mais altas e imponentes tinham muito menos folhas que o normal e já não se abraçavam no topo da floresta como antes. Várias estavam secas e mortas e por entre os vãos da copa deixavam espiar o céu. Quase sempre inacessíveis a quem caminha pela mata, os raios de sol chegavam à camada de folhas no solo, deixando-a mais seca e propensa a pegar fogo. Felizmente a transformação observada pelo engenheiro florestal paulista se restringe – ao menos por enquanto – a uma pequena área da Amazônia que na última década vem servindo de laboratório natural para pesquisadores brasileiros e norte-americanos interessados em descobrir o que pode acontecer com a mais vasta floresta tropical do mundo caso, como previsto, a temperatura do planeta continue aumentando e as chuvas diminuam na região. No interior dessa reserva ambiental às margens do rio Tapajós, a 67 quilômetros ao sul de Santarém, Daniel Nepstad, ecólogo do Centro de Pesquisas Woods Hole, nos Estados Unidos, e fundador do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), criou no final dos anos 1990 um elaborado experimento a céu aberto. Selecionou um hectare de vegetação nativa – o correspondente a um quarteirão com 100 metros de lado – no qual simulou secas intensas semelhantes às causadas de tempos em tempos no leste da Amazônia pelo El Niño, o aquecimento anormal das águas superficiais do oceano Pacífico. Durante cinco estações chuvosas seguidas, cerca de 30 pesquisadores e auxiliares da equipe de Nepstad instalaram um pouco acima do solo 5.660 painéis plásticos de 3 metros de comprimento por 0,5 metro de largura, recolhidos ao final de cada período de chuvas. Como uma espécie de guarda-chuva sobre a floresta, os painéis desviavam as águas vindas do céu para um sistema de calhas que as conduziam para longe dali. Os efeitos desse experimento complexo e dispendioso – foram medidos gases emitidos para a atmosfera, umidade do solo, crescimento das plantas, entre outros fatores – começaram a se tornar mais claros recentemente com a publicação de artigos científicos detalhando os danos causados por cinco anos de uma seca experimental severa que reduziu de 35% a 40% o volume de água que chegava ao solo (o índice médio de chuvas na região de Santarém é de 2 mil milímetros por ano, concentrados de dezembro a junho). Tornar impermeável à chuva o chão da floresta pode até parecer uma ideia extravagante. Mas não faltavam razões para seguir com o projeto. Modelos climáticos desenvolvidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) estimam que algumas regiões da Amazônia podem ficar até oito graus mais quentes nas próximas décadas se o consumo de combustíveis derivados de petróleo e a derrubada e a queima de florestas no mundo seguirem no ritmo atual, elevando a concentração atmosférica de gás carbônico, o principal agente associado ao aquecimento e à transformação do clima do globo. Uma provável consequência desse aumento da temperatura é a alteração no regime de chuvas no planeta. “Ainda não há um consenso sobre o que pode ocorrer com as chuvas na Amazônia”, explica Carlos Nobre, climatologista do Inpe e membro do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), órgão das Nações Unidas que analisa as evidências de alterações no clima da Terra. “Dos 23 modelos climáticos que fundamentaram o relatório de 2007 do IPCC, a maioria mostra uma tendência de redução entre 10% e 30% das chuvas na Amazônia, mas o restante indica a possibilidade de que permaneçam nos níveis atuais ou até aumentem”, diz Nobre, coordenador do Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais.

Além da mata - Apesar da incerteza, a diminuição de chuvas sobre a floresta, resultado de fenômenos El Niño mais frequentes e intensos ou do aquecimento do Atlântico Norte decorrente do aquecimento do planeta, preocupa. Com menos chuva, é grande o risco de que a mata densa e exuberante que se espalha por quase 7 milhões de quilômetros quadrados na América do Sul se transforme, em especial a sul e a leste, em uma vegetação mais baixa, rala e seca, cuja aparência lembra a de savanas. E os prejuízos dessa transformação na estrutura e na fisionomia da floresta – ela passaria de úmida a seca – não devem se limitar à Amazônia. É que a água que a vegetação amazônica extrai do solo e lança à atmosfera controla o clima e as chuvas de boa parte do Brasil e da América do Sul (Pesquisa FAPESP nº 114). “Pequenas alterações na floresta podem afetar o balanço hídrico e térmico de outras regiões”, afirma o agrônomo Eneas Salati. Ex-professor da Universidade de São Paulo (USP) e ex-diretor do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Salati estuda há cerca de 40 anos a reciclagem natural de água e a formação de chuvas na Amazônia. Em um experimento conduzido duas décadas atrás na bacia hidrográfica de um afluente do rio Negro, no estado do Amazonas, cerca de 800 quilômetros a oeste de Santarém, ele descobriu que as plantas da floresta devolviam à atmosfera, na forma de vapor eliminado pela transpiração, metade da água das chuvas – efeito comprovado por estudos posteriores. Embora existam variações internas entre uma região e outra da Amazônia, esses valores não devem variar muito. Por essa razão, calcula-se que pouco menos da metade da água que cai sobre a floresta na forma de chuva retorne como vapor para a atmosfera. “Parte desse vapor sobe até a alta troposfera e vai até a Antártida, onde produz depósitos de gelo”, conta Salati, atualmente diretor técnico da Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável. Nessa longa viagem, o vapor eliminado pelas árvores da Amazônia contribui para intensas chuvas no Sudeste e Sul do país, responsáveis por parte importante da produção agropecuária nacional. Seca artificial - Ante o risco de um futuro mais seco, Nepstad decidiu verificar experimentalmente o quanto a floresta resiste à redução das chuvas e como ela se transforma se essa situação durar muito tempo. Em parceria com o biólogo Eric Davidson, do Woods Hole, e o ecólogo Paulo Moutinho, do Ipam, Nepstad bolou o experimento Seca floresta em Tapajós, onde a estrutura e a fisionomia da vegetação são semelhantes às de quase um terço da Floresta Amazônica. O projeto, que envolveu pesquisadores de 14 instituições, integrou o Experimento em Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA) e foi financiado pelos governos brasileiro e norte-americano. Além dos painéis plásticos transparentes instalados acima do solo – os painéis eram virados algumas vezes na semana para que as folhas mortas e galhos chegassem ao chão –, os pesquisadores ergueram quatro torres de 30 metros de altura interligadas por passarelas de madeira, de onde era possível observar melhor a copa das árvores, e cavaram cinco poços com 11 metros de profundidade para medir alterações na reserva de água do subsolo. Em outro hectare da mesma floresta construíram aparatos semelhantes, mas mantiveram a área descoberta para permitir comparações – é a chamada área controle. “Não tínhamos intenção de predizer qual será o futuro da floresta, pois para isso teríamos de repetir o experimento em diferentes regiões, uma vez que a vegetação da Amazônia não é homogênea”, afirma Davidson, diretor de projetos de um segmento do LBA. “Queríamos apenas descobrir os possíveis efeitos da seca sobre a estrutura da mata.”

Já de início surgiram surpresas. A floresta no Tapajós resistiu bem aos dois primeiros anos de seca artificial – algo, de certo modo, esperado numa região frequentemente atingida pela escassez de chuva causada pelo El Niño. A mortalidade das árvores na área coberta pelos painéis permaneceu semelhante à da que continuava a receber chuva. A copa das árvores, porém, encolheu quase 20%. Aparentemente não porque morressem mais folhas, mas porque as novas simplesmente deixavam de nascer, relatou Nepstad em 2002 no Journal of Geophysical Research. A abertura no dossel da floresta permitiu entrada de mais luz, secando a camada de folhas e galhos caídos sobre o solo (serapilheira) e aumentando o risco de incêndio. Nepstad calculou que a área privada de chuva se tornou vulnerável ao fogo por até dez semanas, diante de dez dias nos locais mais úmidos. Não foi tudo. “Já no primeiro ano as árvores praticamente pararam de crescer”, conta Paulo Brando, do Ipam, um dos integrantes da equipe. Houve uma queda de 20% no ritmo de crescimento das árvores de porte médio, com tronco de ao menos 10 centímetros de diâmetro e até 15 metros de altura, enquanto outras, como o louro-amarelo (Licaria brasiliensis) e o tachi-vermelho (Sclerobium chrysopillum), reduziram a taxa de fotossíntese, processo em que convertem a energia solar em açúcar, retirando gás carbônico da atmosfera. Trabalhando em um experimento semelhante montado em 2002 na Floresta Nacional de Caxiuanã, cerca de 1.300 quilômetros a leste de Santarém, Rosie Fisher e Patrik Meir, da Universidade de Edimburgo, Escócia, constataram que a provável razão da queda nas taxas de transpiração e fotossíntese da floresta é a maior dificuldade de as raízes absorverem água do solo. Brando analisou, em especial, o caso da espécie mais comum na região: a caferana (Coussarea racemosa), árvore de 20 metros, casca fina e caule acinzentado que vive à sombra das mais altas, no sub-bosque da floresta. Com a restrição de chuvas, a caferana passou a produzir folhas, flores e frutos mais tarde que o normal, talvez como estratégia de economizar água. Seus frutos se tornaram mais leves e quase sem sementes após o quarto ano de seca, o que pode comprometer a reprodução da espécie. “Esse é um efeito da seca que raramente conseguimos observar”, diz Brando. O estrago só não foi maior, segundo os pesquisadores, porque as árvores da Amazônia têm ao menos duas importantes estratégias de obter água durante secas prolongadas. A primeira são raízes profundas, capazes de buscar água a 11 metros abaixo do solo. A segunda é a redistribuição hídrica, um mecanismo de extrair água das áreas mais úmidas e depositar nas desidratadas, identificado entre as árvores da Floresta Nacional do Tapajós pelos biólogos Rafael Oliveira, da Universidade Estadual de Campinas, e Todd Dawson, da Universidade da Califórnia em Berkeley, Estados Unidos (Pesquisa FAPESP nº 151). Quando a umidade do solo se encontra muito baixa, durante a noite as raízes de árvores como o breu (Protium robustum) e a maçaranduba (Manilkara huberi) absorvem a água armazenada nas camadas mais profundas e a distribuem por meio de uma trama de raízes superficiais próxima ao chão da floresta, mais seco. Descoberta por Martyn Caldwell e James Richards no final dos anos 1980 em plantas de regiões desérticas, a redistribuição hídrica permite a sobrevivência dessas árvores e de plantas vizinhas de raízes mais curtas. No período de chuvas, esse fluxo inverte: durante a noite as raízes superficiais retiram água da terra encharcada e a conduzem para as raízes profundas, que a armazenam metros abaixo da superfície. Ao incorporar os dados observados no Tapajós a um modelo climático, Jung-Eun Lee, Inez Fung, Oliveira e Dawson constataram que a redistribuição hídrica ajuda a explicar como a floresta mantém por algum tempo, nas secas prolongadas, seus níveis normais de fotossíntese e transpiração, essencial para o equilíbrio do clima do planeta. “Se a maior parte das árvores da floresta usar de fato esse mecanismo, o desmatamento da Amazônia pode ter consequências mais graves do que imaginávamos”, diz Oliveira, um dos autores do artigo que relata esses resultados em 2005 nos Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).
Sem reservas - As estratégias de busca de água, porém, não foram suficientes para impedir os danos que emergiram a partir do terceiro ano do experimento. A redução de pouco mais de um terço das chuvas por cinco anos fez baixar em quase 90% as reservas de água profundas, situadas entre 2 e 11 metros abaixo da superfície, na parcela coberta por painéis plásticos. Na área controle, 70% da água armazenada no subsolo permanecia disponível durante a estação seca. “O limite mínimo de chuvas para a vegetação se manter nessa região é de 1.700 milímetros. Abaixo desse valor, aumenta o risco de mudanças”, diz Oliveira. Sem água, as árvores não resistiram e começaram a sucumbir – em especial as maiores e mais encorpadas, que acumulam 90% da biomassa da floresta. Morreram duas vezes mais árvores de grande porte, com tronco com 10 a 30 centímetros de diâmetro, na área privada de chuva do que no controle. Entre as mais imponentes, com caule de mais de 30 centímetros e entre 30 e 40 metros de altura, essa taxa foi ainda mais alta: 4,5 vezes maior. Numa avaliação mais geral, uma em cada dez árvores grandes secou na parcela coberta pelos painéis, ao passo que essa taxa foi de uma em cada 200 na área controle. A mortalidade continuou mais elevada um ano depois que o grupo removeu definitivamente os painéis plásticos da floresta, em 2005, informaram Nepstad e Ingrid Thover, do Ipam, em 2007 na Ecology. “O componente mais afetado pela redução de chuvas foi o estoque de carbono da floresta”, afirma Paulo Brando. Nos cinco anos de redução de chuvas, a taxa de crescimento das plantas, que inicialmente havia caído 20%, baixou ainda mais: foi 41% menor do que na área de controle durante o experimento, constatou o engenheiro florestal do Ipam, atualmente aluno de doutorado na Universidade da Flórida, nos Estados Unidos. Esse crescimento minguado se refletiu principalmente na produção de madeira, 33 toneladas menor na área coberta com painéis plásticos. A floresta mais seca também produziu 47 toneladas a mais de matéria orgânica morta. Apresentados em maio de 2008 na Philosophical Transactions of the Royal Society B, esses resultados indicam que diminuiu muito a capacidade de retirar gás carbônico (CO2) da atmosfera, fonte do carbono que é incorporado pelas plantas e transformado em caule, folhas, flores e frutos. “Ainda que as árvores menores tenham passado a crescer mais com a morte das maiores, a redução de folhas do dossel e a entrada de mais luz, esse crescimento esteve longe de ser suficiente para restaurar os níveis iniciais de absorção de CO2”, diz Brando. “Provavelmente levaria centenas de anos para a floresta recuperar a capacidade atual de estocar carbono.” Mantidas as outras condições (temperatura, área de mata e concentração de CO2) constantes nos níveis atuais, a diminuição de chuvas poderia transformar a Amazônia de um sumidouro em um emissor global. Estudos das emissões de gases feitos pelo LBA indicam que hoje a floresta se encontra em uma situação de quase equilíbrio no que diz respeito à emissão e à absorção de carbono: cada hectare da floresta é capaz de retirar do ar por ano 0,5 tonelada de carbono a mais do que emite. Não é pouco. Calcula-se que os 700 milhões de hectares da floresta extraiam da atmosfera 350 milhões de toneladas de carbono a cada ano, quase um décimo do que é absorvido por todas as florestas tropicais do planeta – e 3,5% do que é lançado à atmosfera pelas atividades humanas. “Precisamos ter em mente que a redução de chuvas não é o único fator a influenciar o futuro da floresta”, lembra Carlos Nobre. Um modelo climático que a equipe de Nobre vem desenvolvendo no Inpe indica que, ao menos inicialmente, o aumento de gás carbônico na atmosfera pode contrabalançar o efeito da diminuição de chuvas. “A tendência de alteração nas regiões sul e leste da Amazônia continua, mas atenuada”, diz Nobre. Ainda que não avalie a influência desses outros fatores, o Seca floresta pode contribuir para o aprimoramento das previsões de alteração no clima. Seus resultados podem alimentar modelos climáticos mais precisos e realistas, uma vez que os atuais não incluem alterações na área total e na estrutura das florestas decorrentes das mudanças climáticas. “Esse trabalho está quantificando parâmetros que seriam muito difíceis de calcular”, afirma Eneas Salati.
Calor e fogo - Enquanto acompanhava as transformações no Tapajós, uma vegetação densa e fechada que se ergue em média a 30 metros do solo, Nepstad e sua equipe começaram a se perguntar: se parte da Floresta Amazônica realmente se tornar mais seca e suscetível ao fogo, o que ocorre em seguida? Para descobrir, planejaram outro experimento grandioso: atear fogo a uma área de floresta mais seca, semelhante ao que poderia ser a Amazônia no futuro. Conseguiram autorização para realizar o projeto, conhecido como Experimento de savanização, em uma fazenda em Mato Grosso do grupo André Maggi, da família de Blairo Maggi, governador do estado e maior plantador de soja do país. Nessa região chovem 1.700 milímetros por ano e a floresta é mais aberta e baixa – o dossel tem em média 20 metros de altura –, uma vegetação de transição entre a Floresta Amazônica e o Cerrado (Pesquisa FAPESP nº 103). Por quatro anos seguidos, de 2004 a 2007, a equipe de Nepstad e Davidson colocou fogo em área de 50 hectares de floresta de transição. Agora começam a comparar o que aconteceu ali com as mudanças observadas em uma área de 50 hectares queimada duas vezes, em 2004 e 2007, e outra de mesmo tamanho que permaneceu livre do fogo. O fogo abaixo do joelho – incêndios com chamas mais altas são raros em área de vegetação fechada – consumiu principalmente as árvores menores, com diâmetro entre 10 e 20 centímetros. A mortalidade dessas árvores mais que dobrou depois das duas primeiras queimadas: a cada ano passaram a morrer quase 10% delas. Outro grupo que sofreu foi o das lianas, trepadeiras de caule amadeirado que formam redes impenetráveis ligando o chão da floresta à copa das árvores. “Os danos causados pelo fogo foram complementares ao da redução de chuvas, que afetou principalmente as árvores mais altas”, conta a bióloga Jennifer Balch, atualmente pesquisadora do Centro Nacional de Síntese e Análise Ecológica, nos Estados Unidos. Curiosamente, queimadas sucessivas reduziram o poder de ação do fogo, que a cada ano se espalhava por uma área menor e com chamas mais baixas, relatou a bióloga em outubro de 2008 na Global Change Biology. A razão, comprovou Jennifer, é que a cada queimada diminui a quantidade de folhas e galhos secos, o principal combustível dos incêndios florestais. Mas esse efeito parece temporário. É que a morte de árvores maiores, que é mais lenta, pode aumentar novamente o alimento do fogo. Jennifer constatou ainda que as queimadas favorecem a invasão nas bordas da floresta de gramíneas, vegetação mais propensa a queimar na seca. Aparentemente a repetição das queimadas exauriu o poder de recuperação da floresta. “Havia sementes e plântulas [plantas jovens] de várias espécies brotando depois do primeiro fogo”, conta Jennifer. “Mas, depois da terceira queimada, o número de espécies em regeneração caiu pela metade.” Oswaldo de Carvalho Júnior, biólogo do Ipam, notou que algumas espécies de mamíferos inicialmente se beneficiam do fogo, enquanto outras diminuíram. “O número de espécies que frequentavam a área não diminuiu, mas a população de cada uma delas baixou, com exceção das antas, que preferem as folhas tenras dos brotos”, diz Carvalho. Os pesquisadores do Woods Hole e do Ipam pretendem manter o experimento em Mato Grosso por alguns anos e retornar à Floresta Nacional do Tapajós para acompanhar a recuperação da mata. Enquanto buscam descobrir mais sobre a capacidade de resistência e adaptação da floresta, colecionam indícios de que o clima já está mudando. “Nos últimos anos”, conta Davidson, “os fazendeiros do Mato Grosso vêm alterando o padrão de plantio por causa das chuvas, que chegam mais tarde. Eles sabem que hoje o fogo se espalha mais rapidamente e de forma mais perigosa”.