07/06/2010 - 10h56 . Atualizada em 07/06/2010 - 12h14
Henrique Beirangê
Quem passa desatento pela Praça Carlos Gomes, no Centro de Campinas, pode não se dar conta de que a cerca de cinco metros de altura vive um tipo de Tarzan da selva de pedra. O engraxate e morador de rua Wesley Borges, de 30 anos, encontrou, entre os galhos de uma árvore localizada perto de uma das ruas mais movimentadas da cidade, uma forma inusitada de descansar após o dia de trabalho.
Wesley diz que chegou a Campinas há oito anos junto de seus parentes. Segundo ele, após algumas tentativas sem sucesso de encontrar emprego, os pais retornaram para o Paraná e ele resolveu continuar na cidade porque a área verde do município sempre o agradou. “Gosto muito da natureza; às vezes, até gosto de ir para o Bosque dos Jequitibás para dormir nas árvores”, contou. O engraxate, que confidenciou à reportagem também ser fã do Homem-Aranha, trabalha na praça durante o dia e conta que gostaria de arrumar um outro emprego. Wesley afirma já ter trabalhado como vendedor de roupas, balconista, encarregado de estoque e sorveteiro. “Se alguém me desse um emprego, eu poderia me mudar da árvore”, disse.
Um dos moradores de um prédio próximo à praça, o professor universitário José Roberto Zanellato, de 56 anos, ainda não havia percebido a presença do novo vizinho e diz que a opção é bem original. “Ele é inteligente, afinal ali ele fica mais protegido. Não sei como vai ser quando chover, mas me parece um exemplo de resgate de nossos desejos selvagens de permanecer em contato com a natureza”, filosofou o professor.
FONTE: http://www.uol.com.br
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