NOTA DO BLOG: É muito bom saber que alguns estados brasileiros, especialmente o Amazonas, tem se preocupado com a possibilidade de explorar a escalada de árvores como atividade ecoturística. Aliar isso com a utilização sustentável das unidades de conservação do SNUC (Sistema Nacional de Unidades de Conservação) é ainda melhor! Agora seria interessante que as empresas que ganharem a licitação pudessem se comprometer em capacitar a população local para execução das atividades, o que seria de grande valia para o desenvolvimento social regional. Dada a importancia dessa ação do governo Amazonense para com a escalada de árvores reproduzo abaixo a matéria de 12 de janeiro de 2012 elaborada pela repórter Elaíze Farias do portal http://acritica.uol.com.br:
Governo elabora edital para uso turístico de quatro unidades de conservação do Amazonas
Atividades como trilhas e escalada em árvores poderão ser realizadas a partir deste ano em unidades como a RDS Rio Negro e na APA Caverna do Maroaga
O programa de Uso Público de quatro unidades de conservação estadual do Amazonas entrou na fase de elaboração de edital. As licitações para a exploração de atividades turísticas serão realizadas por atividades e não por cada unidade, segundo explicou ao portal acrítica.com o coordenador do Centro Estadual de Unidade de Conservação (Ceuc), Sérgio Gonçalves, órgão vinculado à Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SDS).
Gonçalves disse que seis empresas locais e nacionais já sinalizaram com o interesse de participar da concorrência, que deve ocorrer ainda neste primeiro semestre.
Conforme o coordenador do Ceuc, em torno de cinco a seis atividades turísticas como hospedagem comunitária, escalada em árvores e trilhas serão desenvolvidas nas quatro unidades de conservação estadual que fazem parte do Programa de Uso Público.
As quatro unidades estão localizadas na região metropolitana de Manaus e no baixo rio Amazonas.
São elas: Área de Proteção Ambiental (APA) Caverna do Maroaga, localizada no município de Presidente Figuereido, Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Uatumã, no município de São Sebastião do Uatumã, RDS Rio Negro, em Iranduba, e Parque Estadual Rio Negro Setor Norte, na região do rio Cuieiras, afluente do rio Negro.
“A minuta do edital já está pronta. Contratamos um consultor que está avaliando para que a gente defina as atividades que serão realizadas nas unidades. Vamos lançar por atividade para atrair concorrentes e para que o controle delas seja mais fácil. Mas precisamos fazer um estudo econômico para cada uma dessas atividades e identificar a taxa de retorno que as empresas poderão ter. Essas receitas precisam ser superiores ao custo da implantação da atividade”, disse Gonçalves.
Em uma das atividades – o Parque Estadual Rio Negro Setor Norte – deverá ser recategorizado e transformado em RSD para que as atividades sejam viabilizadas. “Existe uma demanda das comunidades que pediram essa mudança. Muitas atividades não poderão ser realizadas caso ele continue como parque. O processo formal já passou por consulta pública”, explicou.
Saiba mais sobre cada uma das Unidades onde serão realizadas atividades turísticas
APA Caverna do Maroaga – localizada no município de Presidente Figueiredo (a 117 quilômetros de Manaus), com transporte via terrestre. Criada em 1990, detém uma área de 374.700,00 hectares. É formada por floresta de terra firme, cavernas, grutas, cachoeiras e corredeiras, além disso, abriga o Galo da Serra, espécie ameaçada de extinção.
RDS Uatumã - localizada no município de São Sebastião do Uatumã (a 247 quilômetros de Manaus), com transporte via fluvial. Criada em 2004, detém uma área de 424.430 hectares, entre as margens dos rios Uatumã, Jatapu e Caribi. Formada por áreas de floresta densa em terra-firme e áreas inundáveis, campinas e campinaranas. É reconhecida nacionalmente pela imensa beleza cênica, paisagens singulares, como as serras que beiram as margens do Rio Uatumã e baixa incidência de mosquitos e insetos devido à acidez da água preta, o que a torna um dos principais pontos para a prática do turismo e a pesca esportiva.
RDS Rio Negro, localizada entre os municípios de Iranduba e Novo Airão (a 200 quilômetros de Manaus), com via de transporte fluvial. Criada em 2008, detém uma área de 102.978,83 hectares, tem como principais atividades a agricultura, manejo florestal madeireiro e a pesca. Com grande potencial para o turismo, a área é formada lagos, praias, igarapés, igapós, fauna endêmica interflúvio Negro/Solimões. Destaque ainda para as comunidades tradicionais, trilhas de caminhada, sítios arqueológicos, artesanato, pousadas rústicas e hotel de selva em Acajatuba.
Parque Estadual do Rio Negro Setor Norte - localizado no município de Novo Airão (a 200 km da capital), com transporte via fluvial. Criado em 1995, detém uma área de 146.028,00 hectares, com potencial para o turismo. A área é composta de Floresta de terra firme e de igapó, campinas e cachoeiras. Têm como atrações as ruínas de Airão Velho e sítios arqueológicos. Abrigam o Sauim-de-Coleira e o Sauim-de-mão-dourada, espécies ameaçadas de extinção.
sexta-feira, 13 de janeiro de 2012
segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
Harpia escolhe mata de cambará para fazer primeiro ninho do Pantanal
Amazônia e Mata Atlântica são locais de origem da maior ave das Américas. Reportagem especial comemora os 32 anos de exibição do Globo Rural.
A mata de cambará no município de Barão de Melgaço, no Mato Grosso, está toda amarelada. Esse talvez seja o maior canteiro de mel do Brasil. Além da fauna pantaneira, o cambará em flor abriga um filhote de harpia, visitante ilustre que nasceu quase junto com as flores. O animal parece indefeso. Aos três meses de vida, quando tem a pelugem branca e o equilíbrio precário, o filhote recebe comida no bico e proteção com as asas da mãe. A ave também já gira a cabeça completamente sem mover o corpo, num movimento semelhante ao realizado pelas corujas. Quando atinge os seis meses, o corpo da ave fica bem configurado e as penas atingem um tamanho parecido ao de um animal adulto, aparecendo o penacho. A saída do adulto para caçar dá oportunidade de ataque ao carcará, maior comedor de filhotes de aves do Pantanal. Ainda que seja dos pequenos, o gavião pousa no galho e busca um lugar para dar o bote. Mas quando percebe com quem está mexendo, como bom malandro bate logo em retirada. O documentarista Haroldo Palo conseguiu registrar uma sequência de fotos que retrata a fêmea carregando a presa na garra e pousando em um galho antes de levar a carne para o filhote. Chega ao ninho um macaco sem cabeça e sem outras partes, comidas pelo adulto após a caçada. O filhote come a pele o osso da carne. No final da refeição, resta apenas o esqueleto.
A harpia, em seu ninho (Foto: TV Globo)
A Amazônia e a Mata Atlântica são os locais de origem da harpia, mas os pais do filhote resolveram fazer o ninho na reserva do Sesc, entre os rios Cuiabá e São Lourenço. João Batista Taques descobriu o ninho.Mas em qual medida a presença das harpias pode afetar a fauna com asas do Pantanal? O professor Dalci De Oliveira acha que é só um assunto de aristocracia. “Muda a questão da família real, uma vez que já temos o rei, que é o tuiuiú, e agora chegou a rainha, que é a harpia”, responde. Uma equipe de estudiosos de aves montou um esquema de observação tanto da terra quanto da torre, com a colocação de um mirante sobre um andaime de 18 metros de altura a 30 metros do ninho. “Esse é um bicho invisível. Ele aparece muito pouco. Quando vem, fica pouquíssimo tempo no ninho. A gente passa 12 horas por dia observando e vê o bicho cerca de um minuto. Ele bate as asas sem fazer ruído”, explica o documentarista Haroldo Palo. O escalador Olivier Jaudoin e a doutora Tânia Sanaiottis vão à região para capturar o filhote. Com uma baladeira que mais parece um estilingão com cabo de embaúba, Olivier mandou um fio de náilon na forquilha de uma árvore próxima ao ninho. Depois, ele organizou as cordas e, como se estivesse pedalando, começou a escalada. Em cima da árvore, o escalador observou se a forquilha do ninho era forte o suficiente para se apoiar quando fosse pegar o filhote. Para não assustar desnecessariamente o filhote e por segurança de quem sobe na árvore, a pega foi feita durante a noite. O escalador Benjamim da Luz ajudou na operação. Em pouco tempo, o filhote estava na mesa. Uma venda cobria o bico e o olho da ave para não estressar o animal. A equipe anotou as medidas das asas, das penas da calda e das garras. Depois, os biólogos retiraram uma amostra de sangue. Por fim, foi presa uma mochila com rádio transmissor nas costas do filhote. “Uma harpia chega a viver cerca de 40 anos na mata e 50 anos em cativeiro”, diz doutora Tânia. Passado um mês da captura, o filhote encorpou e cresceram penas ao longo do corpo, no peito e na área do pescoço. O fato mais importante desse período foi o abandono do ninho. A ave só volta ao lugar para comer, quando os pais, cada vez mais espaçadamente, levam alimento. Nessa fase, o filhotão vive de galho em galho movimentando as asas e fazendo até alongamento, ficando em cima de uma perna enquanto estica a outra para exercitar a musculatura. Um casal de harpias cria um filhote a cada três anos. Chama-se de águia o gavião de porte maior. No Brasil, existem a harpia e a águia do cerrado. Também há outros três gaviões grandes, chamados de pega-macaco: o iraçu, ou falso gavião real; o gavião de penacho, quase extinto; e o pega-macaco propriamente dito, da Mata Atlântica. Nas águas de 2011 no Pantanal, quando a área do ninho inundou, um animal pegou o filhote. Mas, em um comportamento comum em caso de perda de filhote, o casal reformou o ninho e faz novamente a cria.
FONTE: http://g1.globo.com
NOTA DO BLOG: Mais uma matéria sobre ecologia/zoologia em que a TV Globo nos dá a chance de constatar a importancia da escalada de árvores para compreensão e estudo da nossa fauna e flora! Vale a pena conferir a máteria!! Os links no YouTube são:
Primeira parte: http://www.youtube.com/watch?v=RSsPvVQM9nU
Segunda parte: http://www.youtube.com/watch?v=3DNb7_HpTD8&feature=mfu_channel&list=UL
Boas Escaladas!
Alexandre Coletto
A mata de cambará no município de Barão de Melgaço, no Mato Grosso, está toda amarelada. Esse talvez seja o maior canteiro de mel do Brasil. Além da fauna pantaneira, o cambará em flor abriga um filhote de harpia, visitante ilustre que nasceu quase junto com as flores. O animal parece indefeso. Aos três meses de vida, quando tem a pelugem branca e o equilíbrio precário, o filhote recebe comida no bico e proteção com as asas da mãe. A ave também já gira a cabeça completamente sem mover o corpo, num movimento semelhante ao realizado pelas corujas. Quando atinge os seis meses, o corpo da ave fica bem configurado e as penas atingem um tamanho parecido ao de um animal adulto, aparecendo o penacho. A saída do adulto para caçar dá oportunidade de ataque ao carcará, maior comedor de filhotes de aves do Pantanal. Ainda que seja dos pequenos, o gavião pousa no galho e busca um lugar para dar o bote. Mas quando percebe com quem está mexendo, como bom malandro bate logo em retirada. O documentarista Haroldo Palo conseguiu registrar uma sequência de fotos que retrata a fêmea carregando a presa na garra e pousando em um galho antes de levar a carne para o filhote. Chega ao ninho um macaco sem cabeça e sem outras partes, comidas pelo adulto após a caçada. O filhote come a pele o osso da carne. No final da refeição, resta apenas o esqueleto.
A harpia, em seu ninho (Foto: TV Globo)
A Amazônia e a Mata Atlântica são os locais de origem da harpia, mas os pais do filhote resolveram fazer o ninho na reserva do Sesc, entre os rios Cuiabá e São Lourenço. João Batista Taques descobriu o ninho.Mas em qual medida a presença das harpias pode afetar a fauna com asas do Pantanal? O professor Dalci De Oliveira acha que é só um assunto de aristocracia. “Muda a questão da família real, uma vez que já temos o rei, que é o tuiuiú, e agora chegou a rainha, que é a harpia”, responde. Uma equipe de estudiosos de aves montou um esquema de observação tanto da terra quanto da torre, com a colocação de um mirante sobre um andaime de 18 metros de altura a 30 metros do ninho. “Esse é um bicho invisível. Ele aparece muito pouco. Quando vem, fica pouquíssimo tempo no ninho. A gente passa 12 horas por dia observando e vê o bicho cerca de um minuto. Ele bate as asas sem fazer ruído”, explica o documentarista Haroldo Palo. O escalador Olivier Jaudoin e a doutora Tânia Sanaiottis vão à região para capturar o filhote. Com uma baladeira que mais parece um estilingão com cabo de embaúba, Olivier mandou um fio de náilon na forquilha de uma árvore próxima ao ninho. Depois, ele organizou as cordas e, como se estivesse pedalando, começou a escalada. Em cima da árvore, o escalador observou se a forquilha do ninho era forte o suficiente para se apoiar quando fosse pegar o filhote. Para não assustar desnecessariamente o filhote e por segurança de quem sobe na árvore, a pega foi feita durante a noite. O escalador Benjamim da Luz ajudou na operação. Em pouco tempo, o filhote estava na mesa. Uma venda cobria o bico e o olho da ave para não estressar o animal. A equipe anotou as medidas das asas, das penas da calda e das garras. Depois, os biólogos retiraram uma amostra de sangue. Por fim, foi presa uma mochila com rádio transmissor nas costas do filhote. “Uma harpia chega a viver cerca de 40 anos na mata e 50 anos em cativeiro”, diz doutora Tânia. Passado um mês da captura, o filhote encorpou e cresceram penas ao longo do corpo, no peito e na área do pescoço. O fato mais importante desse período foi o abandono do ninho. A ave só volta ao lugar para comer, quando os pais, cada vez mais espaçadamente, levam alimento. Nessa fase, o filhotão vive de galho em galho movimentando as asas e fazendo até alongamento, ficando em cima de uma perna enquanto estica a outra para exercitar a musculatura. Um casal de harpias cria um filhote a cada três anos. Chama-se de águia o gavião de porte maior. No Brasil, existem a harpia e a águia do cerrado. Também há outros três gaviões grandes, chamados de pega-macaco: o iraçu, ou falso gavião real; o gavião de penacho, quase extinto; e o pega-macaco propriamente dito, da Mata Atlântica. Nas águas de 2011 no Pantanal, quando a área do ninho inundou, um animal pegou o filhote. Mas, em um comportamento comum em caso de perda de filhote, o casal reformou o ninho e faz novamente a cria.
FONTE: http://g1.globo.com
NOTA DO BLOG: Mais uma matéria sobre ecologia/zoologia em que a TV Globo nos dá a chance de constatar a importancia da escalada de árvores para compreensão e estudo da nossa fauna e flora! Vale a pena conferir a máteria!! Os links no YouTube são:
Primeira parte: http://www.youtube.com/watch?v=RSsPvVQM9nU
Segunda parte: http://www.youtube.com/watch?v=3DNb7_HpTD8&feature=mfu_channel&list=UL
Boas Escaladas!
Alexandre Coletto
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