segunda-feira, 29 de novembro de 2010

MATÉRIA SOBRE ESCALADA DE SUMAÚMA NA AMAZÔNIA

NOTA DO BLOG I: Alguns blogueiros não compartilham da ideia de postar matérias de outros blogs. Neste blog, contrariamos essa ideia pelo simples fato de acreditarmos que quanto mais opções de acesso a informação melhor... Neste sentido reproduzo abaixo a matéria do fotógrafo João Paulo Lucena que experimentou a incrível sensação de escalar umas das espécies de árvore mais alta da Amazônia. Parabéns João por sua matéria e caso resolva passar pelas bandas das Gerais estamos de braços abertos para recebê-lo!! Quem sabe não surja alguma oportunidade de escalada conjunta! Grande abraço a todos e agora fiquem com a matéria na íntegra do João Paulo:

Cadernos Amazônicos: Climbing Tree - Você já escalou uma Samaúma?


A enorme samaúma se destaca sobre a copa das árvores da Floresta Amazônica.

Dentre as várias versões que correm por aí sobre a origem da escalada em árvore como atividade esportiva independente, uma delas relata que teria se originado em 1995 a partir das técnicas desenvolvidas para observação de epífitas (bromélias, orquídeas, etc.), dentro do Projeto Plantas Aéreas do Amazonas, patrocinado pelo governo estadual do Amazonas.

Não que subir em uma árvore seja uma suposta descoberta contemporânea, quanto mais quando se sabe que o homem partilha, junto com o macaco, de um ancestral comum...

Todavia, não se trata aqui de subir na ameixeira do quintal da sua avó, mas talvez de uma sequóia gigante, ou de uma samaúma amazônica com o topo da copa a 70 metros acima do solo, isto sim exigindo muita técnica, equipamento adequado e uma boa dose de força de disposição!

Ascender sobre a copa de todas as demais árvores, especialmente em uma floresta tropical como a Amazônia, é entrar em um mundo à parte, repleto de seres adaptados à vida nas alturas, boa parte deles jamais tocando o solo a dezenas e dezenas de metros abaixo.



Fonte de inspiração, base de observação de fauna e flora, pesquisa de novas espécies, aventura ou simplesmente fuga do stress é o que faz um crescente número de pessoas compartilhar a incrível experiência de escalar um gigantesco ser vivo, em alguns casos com centenas de anos e uma altura superior a um edifício de pelo menos 20 andares!

Embora já tivesse experimentado escalada em rocha e gelo, foi em uma autêntica samaúma amazônica que estreei na especialíssma técnica de escalada em árvores, desta vez na condição de fotógrafo integrante da equipe de gravações do Programa Adrenalina durante as gravações da temporada de 2010.

Acompanhados por Eduardo Cunha e Fabiano Moraes, da Amazon Climbing Tree, navegamos em uma lancha voadeira por mais de duas horas a partir do alojamento de selva Juma Lodge, atravessando igarapés e igapós em busca da samaúma perfeita, às margens de um dos seus afluentes do Rio Juma, em plena floresta amazônica.


Somente para chegar até a samaúma o viagem de voadeira foi uma atração à parte.


A samaúma é uma árvore frondosa, pertencente às famílias bombacáceas e a escolhida para a nossa escalada, com pelo menos 400 anos de idade, atingia a desproporcional altura de 70 metros (!), a mais alta de todas as árvores naquele setor da floresta amazônica.


A samaúma que escalamos com o topo da copa a 70 metro acima do solo da floresta, equivalente a um prédio de 20 andares.


Os galhos principais, objetivo da escalada, a uma altura de 50 m.

É comum que se destaque em meio à copa média das árvores, superando inclusive a altura das castanheiras. A sua copa ocupa uma enorme extensão, diretamente proporcional às raízes tubulares em forma de sapopema que entranham no solo da floresta, algumas vezes atingindo até mesmo o próprio lençol freático.


As incríveis raízes tubulares da samaúma, também chamadas de sapopema.



Localizada a árvore, a escalada iniciou com a montagem dos sistemas de ascenção. Para fixação das cordas a equipe da Amazon Climbing Treedesenvolveu uma espécie de balestra, com a qual lançam por cima dos galhos principais uma linha mais fina, utilizada depois para puxar para cima as cordas usadas na escalada.



Há necessidade de utilização de equipamento técnico de escalada, alguns bem conhecidos como capacetes, luvas, estribos, mosquetões, freios, ascensores e descensores. Outros nem tanto, pois adaptados para a atividade em árvores, assim como as cadeirinhas especialmente desenhadas para maior conforto e os sistemas de linhas e pesos para montagem dos sistemas de ancoragem e corrimões no topo da árvore.

Acompanhada de guias habilitados qualquer pessoa pode escalar uma árvore uma vez que, durante o percurso da subida, se utiliza basicamente a força das pernas, sendo possível descansar o tempo que for necessário.


Equipamento individual de escalada em árvore.


Observar a copa das árvores de baixo para cima também é uma experiência relaxante, principalmente sob o calor sufocante 40º C em meio a uma rainforest... Foto: Ana Karina Belegantt


Fixadas as cordas do sistema de ascenção, começa a escalada de 50 metros até os galhos principais.


Aos poucos a turma vai chegando... Léo Sassen direto na atividade!


Montando os sistemas de passagem entre os galhos da copa...




Para a escalada são usadas combinações de ascensores e estribos, utilizando-se basicamente a força das pernas.


A equipe de produção também se esforça. A fundo, no rio, os câmeras do Programa Adrenalina.


Luca Silveira, o multi-cameraman do Adrenalina.


E os guias da Amazon Tree Climbing, Fabiano e...


...Eduardo, em meio ao jardim suspenso de epífitas na copa da samaúma.


Ana Karina Belegantt 50 metros acima do solo da floresta. Só resta curtir a paisagem...






Ana Karina e o autor do blog www.terra-australis-br.blogspot.com


COMENTÁRIO FOTOGRÁFICOS: Encontrei duas grandes dificuldades para fotografar na floresta amazônica. A primeira foi o permanente desafio para equilibrar a fotometria em função do enorme contraste claro-escuro, decorrente do jogo de sombra e sol tropical dentro da mata.

A segunda, sem solução aparente, foi o embaçamento das lentes, fruto da umidade da floresta e das constantes variações de temperatura, consequencia das tempestades tropicais que entremeavam nossas atividades durante todos os dias em que estivemos na Amazônia.

Vou perguntar ao Rodrigo Baleia qual é o "pulo do gato" para proteger o equipamento da umidade...

IMAGENS: Todas as imagens foram captadas utilizando-se uma Canon EOS-1D Mk II e conjuntos de lentes da mesma marca. © 2010 João Paulo Lucena.

NOTA DO BLOG II: Todas as imagens fazem parte do acervo do fotógrafo João Paulo Lucena! Caso utilizem alguma das imagens entre em contato com o fotógrafo e/ou cite os créditos!!

FONTE: www.terra-australis-br.blogspot.com

Um comentário:

João Paulo Lucena disse...

Caro Alexandre, foi uma satisfação ver minha postagem reproduzida por vocês, sinal que gostaram da informação! Disponha sempre e será um prazer conhecer vocês pessoalmente em alguma oportunidade. Em breve estarei também com uma coluna e meu blog fixos no Webventure e conte comigo para divulgar suas atividades. Um abraço, João Paulo