sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Atividade existe, mas poucos moradores da cidade conhecem

FONTE: Por MGTV Rede Integraçãode Uberlândia

Você tem uma árvore em frente à sua casa e, de repente ela cresce demais e se torna um problema. Muitos não sabem o que fazer. Em Uberlândia, a Prefeitura tem o serviço de poda, mas poucos conhecem. Por mês, a Prefeitura faz cerca de 500 procedimentos em espécies plantadas em canteiros. No mesmo período os homens da Secretaria de Meio Ambiente também podam outras 100 árvores em calçadas. Há caso em que o próprio morador se encarrega do serviço, mas quando as raízes danificam o calçamento acontecem os cortes sem autorização, o que é crime ambiental.Todos os meses a Prefeitura recebe, em média, 200 pedidos de corte, mas nem todos são autorizados. E quando uma árvore é cortada a pessoa se compromete em plantar em outro no lugar. Para evitar problemas nas calçadas, as recomendadas são espécies de médio porte como a Oití e a Pata de vaca. Mas há as espécies que são preservadas por lei como a Aroeira e o Pequizeiro do Cerrado. E quando as árvores atingem a rede elétrica o morador deve solicitar a poda à Cemig que anualmente faz o serviço preventivo nos meses de agosto e setembro.Mais informações sobre poda e corte de árvores pelo disque árvores da Prefeitura pelo (34) 3213-5633 e lembrando o da Cemig para poda de árvores junto a rede elétrica é o 116.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Uma entrevista com especialista de dossel Dr. Meg Lowman: Pesquisa de dossel é essencial para a compreensão das florestas tropicais

FONTE: Rhett A. Butler, mongabay.com

As florestas tropicais são os ecossistemas mais biodiversos do planeta, sendo hábitat talvez da metade das espécies terrestres do mundo. No entanto, quando se faz um passeio pela floresta, essa biodiversidade é pouco evidente pelo simples fato que a maioria da atividade na floresta tropical ocorre no dossel, uma camada de sobreposição de ramos e folhas uns 20 à 40 metros acima do chão. Aqui, uma riqueza de nichos ecológicos cria oportunidades para plantas e animais, incluindo espécies geralmente consideradas como moradores de chão: caranguejos, cangurus, e até mesmo minhocas.
Além de ser hábitat da biodiversidade, o dossel é a fonte de energia da floresta tropical, com milhares de folhas de árvores agindo como painéis solares em miniatura, para converter luz solar em energia através da fotossíntese. Por causa da altissima taxa de fotossíntese das árvores do dossel, essas plantas geram rendimentos mais elevados de frutos, sementes, flores e folhas, que atraem e oferecem suporte a uma ampla diversidade de vida animal. Além disso, como o principal lugar de intercâmbio de calor, vapor d'água e gases atmosféricos, o dossel também desempenha um papel importante no controle climático regional e global.
Por estas razões, a compreensão do dossel é fundamental para a compreensão da floresta tropical. No entanto, devido à sua inacessibilidade, ainda tem muita coisa desconhecida nessa rica camada. As tentativas iniciais para saber mais sobre o dossel variaram de contratação de nativos para escalar árvores até treinar cuidadosamente macacos para trazer amostras de plantas sem as comer. Na década de 70, cientistas começaram a usar técnicas alpinísticas e cordas para acessar o dossel e plataformas para vigilância de longo prazo, enquanto a década de 80 viu formas cada vez mais elaboradas de estudar os topos das árvores. Hoje você pode encontrar guindastes, caminhos pedonais no dossel, aviões ultra-leves, balões e balões dirigíveis, elevadores elétricos tipo esqui e sistemas de talhas com controle remoto, tudo usado para dar acesso ao dossel.

Familiarizada com esses esforços é a Dra. Margaret D. Lowman, diretora de iniciativas ambientais no Novo Colégio de Florida (New College of Florida). Conhecida como "CanopyMeg" (Meg do dossel) para seus amigos, Lowman foi explorar o dossel florestal há mais de 25 anos, desenvolvendo conhecimentos para o uso de diferentes técnicas de acesso ao dossel. Ela é autora de mais de 95 publicações revisadas por experts e de três livros. Reconhecida mundialmente como renomada especialista de dossel, Lowman concentra-se hoje em ciências de educação e conservação da floresta tropical. Frequentemente ela fala sobre suas aventuras para grupos variando de escolares do primário até executivos de empresas.
Em Novembro de 2006, Lowman respondeu algumas perguntas de mongabay.com sobre a sua paixão e perspectivas para as florestas tropicais.

Mongabay: Você foi envolvido em alguns métodos incríveis de pesquisa de dossel. Como é fazer parte de expedição do dossel com bote inflável na Guiana Francesa? Esta foi uma forma eficaz de fazer pesquisa?
Lowman no bote inflável de dossel na àfrica do Oestea.Baixando o bote inflável no dossel na expedição Jason VX no Panamá.Lowman com outros cientistas na expedição de bote inflável de dossel na Guiana Francesa (1996).
Lowman: O bote inflável e o balão à ar quente são definitivamente as ferramentas mais divertidas de acesso ao dossel que eu já conhecí. Eu me senti como Dorothy no Assistente de Oz. Além disso, estes são os melhores métodos para alcançar árvores múltiplas e seus ramos mais altos (que não é possível com cordas ou caminhos pedonais). A outra vantagem do bote inflável/balão é que estas expedições são normalmente de âmbito internacional, e mandam alguns dos melhores pesquisadores de dossel de ficar em um só lugar. Assim, o valor dos dados é multiplicado por repartir e colaborar.

Mongabay: O que aconteceu com o bote inflável de dossel? Foi usado novamente?Lowman: O bote inflável só é utilizado quando financiamento suficiente pode ser levantado para sua aplicação. Pro-Natura (na Europa) assumiu algumas das responsabilidades de mobilização de fundos, agora que Francis Halle está aposentado. Eles têm planos para Vanuatu neste outono, e talvez Austrália no próximo ano. Infelizmente, é bastante difícil para os ecologistas de levantar um valor de mais ou menos $ 1 milhão que precisa para financiar 50 cientistas para estudar os topos de árvores do planeta terra com esta técnica (apesar de gastar centenas de milhões para estudo de locais longe da terra).

Mongabay: Os métodos para acessar o dossel melhoraram nos últimos anos ou é ainda uma questão de estar qualificado com cordas e com um senso de aventura?Lowman: Os métodos definitivamente melhoraram. As cordas e arreios são bastante limitados (mas ainda bons para pesquisas com orçamento baixo). Caminhos pedonais, guindastes, e balões de ar quente, assim como torres, oferecem acesso melhorado ao dossel, sob diferentes condições climáticas, para diferentes alturas, e para fazer perguntas diferentes sobre a floresta.

Mongabay: O que o dossel pode nos dizer sobre a saúde global de uma floresta?Lowman: O dossel é o local da ação na floresta - onde ocorre a maior parte da fotossíntese, onde a maior parte da biodiversidade é encontrada - o epi-centro de folhas, frutos, flores e dos animais que dependem deles. É na sua essência o computador principal para funcionamento da floresta. Obviamente, o estado de saúde do dossel afeta todas as outras partes. Posteriormente, focos de insetos nas folhas do dossel, a chuva ácida ou outros poluentes, ou talvez mudanças nas condições atmosféricas com as alterações climáticas podem, de fato, tem um impacto no dossel e degradar a saúde global de florestas.

Mongabay: Qual é a sua perspectiva para as florestas tropicais?Lowman: Não estou optimista em relação aos impactos acelerados que os seres humanos estão tendo em todos os ecossistemas, especialmente nas florestas tropicais. Minha melhor esperança reside na próxima geração e suas competências, a percepção, e a paixão de concertar aquilo que nossa geração tem causado. Esta é a razão pela qual estou apaixonado sobre ensino e trabalhando para inspirar a próxima geração para se tornarem biólogos de campo. Precisamos de seus talentos, e precisamos deles para encontrar rapidamente soluções para os problemas atuais.

Mongabay: O que a senhora mudaria nas estratégias atuais de conservação para torná-las mais eficazes? Qual é a melhor maneira de salvar florestas tropicais?
Lowman: Penso que nos devemo-nos dedicar ao ecoturismo. Embora isso resulta em mais pessoas tropeçando em belos lugares, é um mecanismo muito forte para a conservação e também traz receitas para as populações locais, sem vender sua madeira. Precisamos também de lideranças fortes para inspirar as pessoas a aderir imediatamente à medidas mais estritas de conservação - conduzir carros híbridos, voando menos ou mais cautelosamente devido às emissões de carbono, trabalhando duro para diminuir as pegadas ecológicas (isso é para para os americanos), e revitalizando a educação de ciências em nosso país.

Mongabay: Que importância tem a educação na conservação em países tropicais e aqui nos Estados Unidos?Lowman: Como mencionado anteriormente, a educação é o ingrediente absolutamente essencial para soluções futuras. Tenho um novo mantra "nenhuma criança deixada dentro de casa" baseado na minha história recente de meus próprios filhos trabalhando comigo na floresta tropical (Its a Jungle UP There (é um mato lá encima), em co-autoria com meus dois filhos, Eddie e James Burgess, e publicado recentemente por Yale University Press). Ao dar para os jovens uma conexão com os ecossistemas, vamos criar uma boa administração para o futuro.

Mongabay: O que as pessoas podem fazer em nosso país para ajudar a conservação das florestas tropicais?
Lowman: 1. Educar outros - comprar livros sobre florestas tropicais para bibliotecas locais e como presentes de aniversário; levar os filhos para caminhadas na natureza; seja voluntário em aulas de ciência no ensino médio local e fazer a ciência uma diversão!
2. Faz compras cuidadosamente - seja consciente de produtos que aceleram desmatamento de florestas tropicais (soja, etc) e advoge para que as lojas incluirem etiquetas mostrando a origem dos produtos principalmente de alimentos e madeiras.
3. Adotar em geral uma atitude de administrador -- compre um híbrido, ande de bicicleta, planteárvores (parece ridículo mas funciona!), recicle, apoie ecoturismo, apoie bolsas para estudantes de países em desenvolvimento (estou administrando uma fundação, http://www.treefoundation.org/ e trazemos todo ano vários estudantes, de modo que eles possam aprender sobre as últimas idéias e ferramentas científicas de conservação). E o maior desafio de todos - tente educar outros a baixar as suas pegadas ecológicas.


Mongabay: Você tem dois filhos. Eles são apaixonados pela floresta? O que eles acham mais interessante?Lowman: Sugiro-lhe que leia os seus capítulos em nosso livro, It´s a Jungle UP There (é um mato lá encima) - eles são realmente apaixonados, mas eles escrevem sobre isso muito melhor do que eu poderia repetir!


Mongabay: Qual é a sua experiência mais memorável da floresta?Lowman: Dois - capítulo dois no livro Its a Jungle Up There (é um mato lá encima) in Western Samoa Selva e capítulos 7 e 9 - passando na Amazônia com os meus filhos e com os alunos.

Mongabay: Você tem algum conselho para os estudantes que pretendam prosseguir uma carreira na pesqisa florestal?
Lowman: Por favor seja rápido! As florestas tropicais necessitam estudantes brilhantes, pensativos que amam a ciência, mas também estão dispostos a trabalhar no duro, falando ao público sobre questões políticas importantes. E não se esqueça de votar - a nossa liderança política tem uma grande influência sobre o conservação internacional das florestas e outros ecossistemas. Conservação começa em casa e todos os estudantes possam educar os cerca de ele ou ela.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Escalada em Árvores: Novidade Divertida nas Alturas - Jornal Correio de Uberlândia 12/01/2009

Escalada em Árvores: Novidade Divertida nas Alturas
Técnica permite subir até o topo de árvores de qualquer altura



Gislene Tiago (Repórter)



Subir em árvores não é mais privilégio apenas das crianças. Seja para se divertir ou observar espécies animais e vegetais, uma modalidade de rapel tem permitido que se chegue ao topo das árvores. É a escalada em árvores, uma técnica de ascensão vertical em dossel que chegou a Uberlândia.
A novidade foi trazida da Amazônia pelo biólogo Alexandre Coletto da Silva. Para desenvolver uma pesquisa do doutorado em Ciências Biológicas (Entomologia) pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, viveu por oito anos no bioma. Já nos dois primeiros anos conheceu e se apaixonou pela técnica que utilizava para transplantar orquídea e estudar aves, observar ninhos e insetos. “Hoje vai muito além de uma atividade física ou prática esportiva, já é um lazer para mim”, disse o pesquisador.
De acordo com ele, tendo a técnica necessária é possível subir com traquilidade em árvores de qualquer porte. “Ainda mais no nosso bioma, o cerrado, onde as árvores têm em média 15 metros”, afirmou. Na Amazônia, onde aprendeu a modalidade de rapel, escalou árvores com quase o dobro de altura, chegando a 30 metros.
Corda, cadeirinha, um par de ascender (sendo o direito azul e o esquerdo dourado), freio em 8, mosquetão, capacete, óculos transparentes, luvas e fita solteira são alguns dos equipamentos básicos para a prática da escalada em árvores. O investimento nesses equipamentos podem chegar a R$ 2 mil. Os itens são semelhantes aos utilizados em rapel, seja em montanhas e cachoeiras, seja em prédios urbanos.
Uma das diferenças com as outras modalidades de rapel apontada pelo biólogo é que, antes de escalar, a árvore é cuidadosamente inspecionada. Com binóculos à mão, é necessário procurar possíveis ninhos de pássaros e lares de vespas e abelhas, para evitar surpresas com enxames. É também com o binóculo que o praticante treinado ou o instrutor precisam estar certos de que a árvore é segura. Então, observam os galhos e as folhas atrás de sinais de que ela esteja doente, oca ou com cupins. Também a base, o solo e o tronco são alvos de observação antes da aventura.
De acordo com Coletto, a melhor escalada é aquela feita no estilo do dito popular “devagar e sempre” e nunca sozinho. É necessário sempre haver um apoio no solo, alguém que, em caso de emergências, tenha como possibilitar uma descida segura ao escalador.
Para praticar a escalada em árvores, não basta coragem, é também recomendado que se recorra a instrutores devidamente treinados. Os preços de aulas dependem da finalidade da escalada. Podem ter no mínimo 16 horas e chegar a 30 horas e custar entre R$ 300 e R$ 700. Para mais informações sobre a prática do esporte, basta entrar em contato com o pesquisador pelo alexbelha@hotmail.com ou pela caixa postal 2.266, CEP 38400-985, Uberlândia. O pesquisador também mantém um blog de divulgação da atividade, no endereço www.escaladasnocerrado.blogspot.com.
O QUEEscalada em árvores, modalidade de rapel que necessita de treinamento adequado com as técnicas necessárias e equipamentos de segurança
CURSOOs preços de aulas dependem da finalidade da escalada. Para cada finalidade — lazer, entretenimento, esporte, pesquisa, entre outras —, há técnicas direcionadas, pois será necessário erguer também equipamentos de trabalho e aprender a manuseá-los no topo da árvore. Os cursos podem ter no mínimo 16 horas e chegar a 30 horas e custar entre R$ 300 e R$ 700.

Equipamentos básicos para prática da escalada em árvores:
Bouldrier (cadeirinha) - É um conjunto de fitas que fica na cintura e nas pernas, ligando o "rapeleiro" à corda através do freio. Existem modelos totalmente ajustáveis nas pernas e na cintura
Freio em 8 - Equipamento em formato de 8, feito à base de titânio, por onde a corda passa e faz atrito, tornando possível o controle da descida pelo praticante. Dependendo da altura e da atividade (canyoning, espeleologia, escalada), existem outros modelos de freio.
Capacete - É sensato o uso do capacete. Sua função básica é a proteção do praticante em caso de escorregões e pedras soltas que possam cair acidentalmente
Luvas - Sua principal função é proteger as mãos do praticante durante o rapel, evitando queimaduras e facilitando o controle da descida. Imprescindível para sua segurança
Fita solteira - Fita muito resistente utilizada para prender a corda em grampos, árvores ou outros pontos de fixação. Outra função importante da fita é a proteção da corda contra desgastes
Mosquetão - Equipamento feito com liga de titânio (um dos metais mais resistentes do mundo) que prende o 8 à cadeirinha. Também é usado para prender as cordas aos grampos ou a qualquer outro local de ancoragem (ponto de fixação). Devido à sua resistência, alguns mosquetões suportam pesos acima de três toneladas. Existem vários modelos e formas (com ou sem trava). Prefira as marcas com trava ou rosca.
Corda - No rapel, a corda deve ser estática. Tem capacidade de suportar pesos acima de uma tonelada, dependendo do seu diâmetro. O tamanho da corda vai variar do local onde será praticado o esporte. A espessura deve ser maior que 11 milímetros, se for usada simples.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Diversão de galho em galho - Karina Miotto* 17/10/2008, 09:00 - http://www.oeco.com.br

Muita gente acha que subir em árvores para se divertir é privilégio de criança. Que nada. Além das próprias pernas – como fazíamos em nossa infância – é possível chegar perto do topo de outra forma. Com técnica e tranqüilidade, muitas pessoas começam a descobrir o prazer de praticar o que mundo afora é conhecido como Recreational Tree Climbing (Escalada Recreativa em Árvore). Escalada em árvores existe há tempos, mas em 1983 o americano Peter Jenkins, também fundador da Tree Climbers International (TCI), decidiu abrir em Atlanta, Geórgia (EUA), a primeira escola especializada em escalada recreativa no planeta. Ele foi atrás de bons materiais como cadeirinha, mosquetões, luvas, óculos transparentes, capacete e tubo de plástico, que diminui o atrito entre a corda e os galhos, entre outras coisas. Também aperfeiçoou antigas técnicas e começou a trabalhar, lecionando cursos ou apenas levando pessoas às árvores por algumas horas. Neste caso, os participantes não aprendem a técnica, mas escalam com a supervisão do instrutor. Foi o suficiente para que a atividade se popularizasse. A escalada é muito melhor se feita no estilo “devagar e sempre”. Ao começar, já dá para ter uma idéia da visão fantástica que é possível ter. Os pássaros voam ao seu redor – tem lugar melhor para birdwatching? - e você repara em todas as forma de vida que fazem da árvore o seu lar doce lar. Sente o vento batendo na cara, a árvore se movendo e você balançando junto, lentamente. Palavra de quem já escalou.

Técnicas de escalada em árvores
É possível praticar a atividade com o uso de duas técnicas diferentes. A chamada Doubled Rope Technique (DRT) que, em português, pode ser traduzido como “técnica de corda dupla”, normalmente é utilizada por quem prefere escalar árvores de pequeno a médio porte (de 4 a 5 metros e de 5 a 8, respectivamente). As mais altas devem ser escaladas com o método Single Rope Technique (SRT), ou “técnica de corda única”. E atenção escaladores: cordas para esta atividade não são as mesmas utilizadas em rapel.Para o bem das árvores, os organizadores dizem que o esporte causa o mínimo de impacto. Por exemplo: o pedaço da corda que toca o galho escolhido por quem vai realizar a escalada fica envolto em um pequeno tubo de plástico, criado para diminuir o atrito e, assim, poupar a árvore. Outra coisa que ajuda é escalar desviando de galhos, de forma cuidadosa. No Brasil, árvores como mangueira e mogno poderiam render bons momentos aos escaladores. Antes de escalar, a árvore deve ser cuidadosamente inspecionada. O praticante treinado ou o instrutor precisam estar certos de que ela é segura. Então, observam a base, o solo, o tronco, os galhos, as folhas atrás de sinais de que ela pode estar doente, oca, com cupins etc. Com binóculos à mão, procuram possíveis ninhos de pássaros e lares de vespas e abelhas, para evitar surpresas com enxames. Se o praticante respeitar todos os procedimentos da escalada, pode ficar tranqüilo. De acordo com a TCI, nunca houve registro de acidente.

Pioneiros do esporte

Tim Kovar é fundador da Tree Climbing Northwest (TCNW), diretor de operações internacionais da TCI e foi o primeiro instrutor a ser treinado por Jenkins. Ele conta que em 15 anos de carreira já levou às árvores mais de cinco mil pessoas entre quatro e 86 anos. “Qualquer um que tenha vontade pode praticar tree climbing, independente de suas capacidades físicas”, afirma Kovar. Em 1997, Hikosaka Toshiko, uma mulher paraplégica de 57 anos, fez um pedido ao americano John Gathright, considerado celebridade no Japão – entre outras coisas, ele é escritor, apresentador de programa de TV e um tree climber de carteirinha. Ela desejava escalar uma árvore também, mas não uma baixinha. O sonho dela era chegar ao topo da mais alta do mundo.Um ano depois, John se reunia com Peter Jenkins para estudar a melhor maneira de ajudá-la. Em 2001, ela não apenas escalou como também passou a noite em uma sequóia a 80 metros do chão. Como diz John, “foi sobre estas raízes que nasceu o Tree Climbing Japan” que hoje, além de ensinar escalada recreativa, também promove o Programa Treehab para Portadores de Deficiência. Tem sido um sucesso. Desde sua fundação, o Tree Climbing Japão (TCJ) já levou mais de 150 mil pessoas às árvores. Graças ao sonho de Hikosaka e aos esforços de John, a atividade cresce no país a ritmo acelerado. Nos Estados Unidos, está cada vez mais popular. De acordo com a TCI, o número de praticantes aumentou bastante nos últimos dez anos. França, Inglaterra, Escandinávia e Austrália também têm ganhado mais adeptos.

Escalada em árvores no Brasil

Os escaladores afirmam que, por inúmeras razões, a Amazônia é o melhor palco para dar início à atividade no Brasil. “A prática de tree climbing pode beneficiar comunidades locais, o turismo, pesquisas, estimular a educação ambiental - e isso tudo pode ajudar a floresta”, diz Kovar. “Os brasileiros têm árvores esplêndidas em um ambiente único como a Amazônia. Muitas pessoas gostariam de escalar lá”, completa Jenkins. De acordo com Patty Jenkins, coordenadora da TCI, ainda não existe nenhum instrutor treinado pela instituição no Brasil. Pessoas não certificadas podem ensinar, mas isso pode ser perigoso para alunos e demais praticantes. “Eles não saberão a diferença entre a escalada segura e aquela que poderia causar um acidente”, complementa Kovar, que em breve deve desembarcar na Amazônia para uma temporada de cursos voltados a turistas e pesquisadores. Além de exercitar os músculos, no nível mental essa atividade é capaz de promover o relaxamento que ajuda na solução de problemas. “Você pode aprender sobre suas limitações pessoais e ver sua auto-confiança crescer à medida em que enfrenta mudanças e velhos medos”, diz Kovar. A aluna Ginger Mallard também saiu da aula de uma semana com suas reflexões. “Muita gente quando pensa na natureza foca em como tirar proveito dela, sem se lembrar de que nela podemos ter deliciosos momentos de alegria. Foi um grande aprendizado”. Essas palavras complementam as de Sophia Sparks, fundadora da New Tribe, considerada por instrutores uma das melhores fabricantes de guias de tree climbing. Para ela, “muitas pessoas tendem a ver a árvore como um amontoado de folhas verdes. Porém, depois de escalar, adquirem uma compreensão profunda do que ela é: um ser vivo que é uma comunidade de outros seres viventes. Esta experiência abre corações e mentes que, uma vez sensibilizados, geram inevitáveis mudanças de atitudes”. Bom para quem escala, para a árvore e, em termos gerais, para você também.

Serviço

Para praticar a escalada em árvores recomenda-se recorrer a instrutores devidamente treinados. Os preços de aulas que tem duração de uma semana são, em média, 900 dólares.
Tree Climbing Northwest
TCI
TCUSA
Dancing With Trees

* Karina Miotto é jornalista em Manaus, ama tree climbing e é autora do blog Eco-Repórter-Eco.